Desemprego fica em 11,9% no trimestre até setembro, mas ainda atinge 12,5 milhões de brasileiros
A taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,9% no trimestre encerrado em setembro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta terça-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O País ganhou 1,384 milhão de novos postos de trabalho em apenas um trimestre, enquanto 474 mil pessoas deixaram o contingente de desempregados. No entanto, de acordo com o levantamento, o número total de pessoas desempregadas ainda é de 12,492 milhões.
A taxa de desemprego passou de 12,4% no trimestre terminado em junho para 11,9% no trimestre encerrado em setembro. No mesmo período, 445 mil pessoas deixaram a inatividade, ou seja, optaram por voltar à força de trabalho. A população inativa totalizou 65,198 milhões de pessoas no trimestre encerrado em setembro.
“O volume da população fora da força (de trabalho) é bastante expressivo e consequência da falta de dinamismo desse mercado de trabalho”, ponderou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
O resultado veio igual à mediana das estimativas do mercado financeiro, captadas pelo Projeções Broadcast. Assim, o resultado veio dentro do intervalo das expectativas, que ia de 11,70% e 12,30%.
Em igual período de 2017, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,4%. No trimestre encerrado em agosto, o resultado ficou em 12,1%. No trimestre encerrado em junho, a taxa era de 12,4%. O recuo de pessoas desempregadas em um ano é de 469 mil.
A pesquisa ainda aponta que faltou trabalho para 27,321 milhões de pessoas no primeiro trimestre encerrado em setembro deste ano, contingente recorde de trabalhadores subutilizados no mercado.
A taxa composta de subutilização da força de trabalho teve ligeiro recuo de 24,6% no trimestre até junho de 2018 para 24,2% no trimestre até setembro deste ano. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até setembro de 2017, a taxa de subutilização da força de trabalho estava mais baixa, em 23,9%.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.222 no trimestre terminado em setembro. O resultado representa alta 0,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ R$ 200,7 bilhões no trimestre encerrado em setembro, alta de 2,2% ante igual período do ano anterior.
Subocupação cresce
A taxa de subocupação por insuficiência de horas ficou em 7,4% no trimestre até setembro de 2018, ante 7,1% no trimestre até junho. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Na passagem do trimestre até junho para o trimestre até setembro, houve um aumento de 351 mil pessoas na população nessa condição. Em um ano, o País ganhou mais 582 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas.
Em todo o Brasil, há 6,859 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas, um recorde na série histórica iniciada no primeiro trimestre de 2012.
Meio milhão de brasileiros desistiram de procurar emprego no último ano
O Brasil tinha 4,776 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em setembro de 2018. O resultado significa 57 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em junho. Em um ano, porém, 533 mil pessoas a mais caíram no desalento.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.
O porcentual de pessoas desalentadas na população de 14 anos ou mais de idade na força de trabalho mais os que estão em desalento foi de 4,2% no trimestre encerrado em setembro, ante 4,3% no trimestre terminado em junho. No trimestre até setembro de 2017 o porcentual de desalentados era menor, de 3,8%.
Fonte: Estadão