Debate sobre retorno da CPMF é retrocesso, avalia FIESC
A Federação das Indústrias (FIESC) considera um retrocesso a discussão sobre a recriação da CPMF. “Nem começou o novo governo e este tema está outra vez em pauta. É lamentável que o setor público volte a apertar na mesma tecla, quando a questão foi amplamente debatida e a sociedade deixou claro que não aceita mais essa taxa”, disse nesta sexta-feira o presidente da Federação, Alcantaro Corrêa. “A sociedade vai se mobilizar novamente para impedir a volta da CPMF”, acrescentou.
A exemplo da posição defendida pela Confederação Nacional da Indústrias, a FIESC defende que é necessário melhorar a gestão, buscando maior eficiência nos gastos públicos, em vez de insistir em aumentar a carga tributária.
Após reunião da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), realizada em São Paulo nesta sexta-feira (5), diversas lideranças empresariais se posicionaram sobre o assunto. Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho de administração da Brasil Foods, disse ser surpreendente que o primeiro tema discutido no período pós-eleitoral seja a criação de um tributo.
“Onde está a agenda positiva? Seria importante discutir medidas que dessem competitividade às empresas, porque, no final, o custo com a nova CPMF vai para o preço do produto”, salientou Furlan, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2003-2007).
Presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) e membro do conselho de administração da Klabin, Horácio Lafer Piva afirmou que a tentativa de se recriar a CPMF é paradoxal com tudo o que diz respeito à competitividade. “O Brasil aceitou o desafio da competição global e não pode ter mais essa carga nas costas”, enfatizou.
“Vejo de forma lamentável essa tentativa (de recriar a CPMF). Já se verificou no passado que foi totalmente descabida”, avaliou por sua vez o presidente da Siemens, Adilson Antonio Primo. “Precisamos de reformas, como a tributária e a trabalhista, e não de criar imposto adicional”, complementou. Para Primo, a sociedade brasileira e, sobretudo, o setor industrial, não agüentam mais o peso dos impostos.
* da assessoria de imprensa do Sistema Fiesc