27/07/2009
Crise vai longe e pode gerar inflação global em 2011
A crise econômica mundial está longe de acabar. E as medidas de socorro tomada pelos governos dos países ricos trazem o risco de provocar uma inflação global a partir de 2011. Essa é a opinião da jornalista Miriam Leitão, comentarista de economia em palestra no 10º Encontro Latino-Americano de Líderes, evento realizado neste sábado e domingo em São Paulo e que tem o Terra como um dos patrocinadores.
Para Miriam, a crise foi iniciada já há alguns anos nos Estados Unidos pelo descontrole das atividades de crédito imobiliário e terá no ano de 2009 seu momento mais profundo. “Poucos países, talvez só a China e a Índia, irão crescer em 2009. Todos os outros países terão recessão ou ficarão no empate. Mas a partir de 2010, a situação vai melhorar e as economias voltam a crescer”, aposta a comentarista.
Miriam afirma que a economia mundial esteve à beira do colapso no último trimestre do ano passado, e que a intervenção financeira dos governos de países ricos foi fundamental para que não se repetisse a grande depressão de 1929. “A diferença desta crise para a de 1929 é que os governos resolveram inundar a economia com dinheiro estatal, em vez de cortar gastos e promover enxugamentos, como aconteceu há 80 anos. Isso impediu que os bancos quebrassem, o que seria catastrófico”, afirma ela.
Essas intervenções foram positivas para evitar a bancarrota, mas certamente cobrarão um preço. A abertura dos cofres estatais não ocorreu por mágica, mas sim pela introdução de mais moeda na economia para cobrir os rombos dos bancos repletos de ativos sem valor. Na opinião de Miriam, por volta de 2011 poderá haver inflação provocada por esse excedente de moeda. “É um risco. Essas medidas de socorro aos bancos vão cobrar seu preço”, diz ela.
O 10º Encontro Latino-Americano de Líderes prossegue neste sábado e domingo com outros palestrantes, como a também jornalista Dora Kramer, o publicitário Duda Mendonça e o ex-ministro Delfim Netto, entre outros. O evento reunirá cerca de 600 dirigentes do comércio de nove países da América Latina, com o objetivo de trocar experiências e identificar novas lideranças empresariais. O Encontro é promovido pela Confederação Latino Americana do Comércio.
Fonte:Invertia
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