Criatividade é o segredo do negócio
Em meio à competitividade no setor, com mais de 3 mil redes franqueadoras, fica difícil se destacar da concorrência. Algumas redes, no entanto, surgiram com propostas inusitadas de negócio. É o caso da Pão to Go, a primeira padaria drive-thru do País. A ideia apareceu diante de uma situação vivida pelo fundador Tom Ricetti, no final de 2012, em São Carlos, interior de São Paulo. Ele tinha saído para comprar pão acompanhado do filho e seu cachorro. Chovia e as padarias estavam lotadas, sem lugar para estacionar. O jeito foi ir até um hipermercado. Mas o tempo gasto nesse intervalo foi de quase 1h15. Ele percebeu que havia uma oportunidade para explorar. O foco é agilizar o atendimento: o freguês leva cerca de dois minutos para ser atendido. O cardápio é mais enxuto, comparado a uma padaria tradicional. São cerca de 30 produtos, como pães, leite, frios e refrigerantes. Com investimento de R$ 250 mil, o formato permite uma estrutura menor, com seis funcionários, já que os produtos são terceirizados. Desde sua inauguração, em 2013, a Pão to Go conta com 21 lojas e já tem outras 19 em fase de implantação. O faturamento mensal chega a R$ 60 mil.
Outro formato que surgiu a partir de uma necessidade própria é o da Cochilo, que oferece cabines para tirar soneca, por R$ 12 (15 minutos) a R$ 22 (60 minutos). O empresário Marcelo von Ancken tinha duas reuniões no mesmo dia, mas uma delas foi cancelada e ele teve de aguardar muitas horas até a próxima. Ele comentou com a esposa Alícia que gostaria de ter um lugar mais confortável para esperar. Foi ela quem deu a ideia para o negócio. Inaugurada há quatro anos, a empresa é comandada pelo casal e pela filha Camila, de 27 anos. Para investir em um “cochilódromo”, que possui diversas estruturas individuais, com cama em um formato que facilita o relaxamento, fones de ouvido, cobertor e iluminação apropriada, o interessado deve aportar R$ 80 mil. Com faturamento mensal de R$ 30 mil, o retorno financeiro aparece em 24 meses. Mas ainda há uma barreira cultural. “Vivemos em uma sociedade que valoriza o excesso de trabalho, e seu consequente cansaço, para ter sucesso profissional. Mas isso vem mudando. Há uma percepção de que não somos máquinas e precisamos de uma pausa”, diz Camila. A mudança vem acontecendo também nas empresas, que estão procurando a franquia para oferecer um espaço de repouso aos funcionários. O cuidado com a saúde do sono levou Camila a aperfeiçoar a experiência: ela foi atrás de uma parceria com o Núcleo Interdisciplinar da Ciência do Sono (NICS) para monitorar a qualidade da soneca dos usuários.
Por serem inovadoras, essas franquias quase não têm concorrentes. Por outro lado, quem está disposto a empreender precisa ir com cautela. “É um movimento arriscado. O franqueador deve deixar claro para o franqueado que é uma proposta de ruptura e que ainda está sendo testada”, diz Luís Stockler, especialista em franquias e sócio-fundador da consultoria ba}Stockler. Um exemplo de como negócios inovadores podem ser complexos de colocar em prática é a TecFit, uma academia sem peso fundada em 2015. Antes de abrir a primeira unidade no Brasil, os sócios da empresa tiveram de testar o modelo em outros países, por conta das dificuldades de aprovar os equipamentos utilizados junto aos órgãos reguladores brasileiros. A academia adota a tecnologia de eletroestimulação muscular, que promete manter a boa forma com treinos de 20 minutos, duas vezes por semana. Isso é possível graças a um uniforme que emite impulsos elétricos em cerca de 250 músculos. Atualmente, a TecFit conta com 12 unidades na Colômbia, uma na Cidade do México e está prestes a vir para São Paulo. “Na Alemanha, isso é usado, principalmente, entre os atletas de ponta”, diz Felipe Castro, presidente para América Latina. A operação custa a partir de R$ 415 mil e pode render um faturamento mensal de R$ 65 mil.
O sucesso de uma franquia é determinado pela originalidade do negócio. Em alguns casos, a ideia é importada. Inspirada em um modelo comum na Ásia, nos EUA e na Europa, a Escape 60 dispõe de salas temáticas nas quais o cliente participa de um jogo cujo objetivo é desvendar, por exemplo, roubos, assasinatos e fórmulas secretas, tudo dentro de 60 minutos. A ideia surgiu há dois anos, durante uma viagem de dois casais de amigos à França, quando eles experimentaram a brincadeira. Com investimento de R$ 350 mil, a franquia já tem sete unidades no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Fortaleza. Em apenas um ano de funcionamento apresenta um faturamento que varia de R$ 70 mil a R$ 220 mil. E seu uso vai além da diversão. De acordo com Márcio Abraham, um dos quatro sócios, empresas já despertaram interesse em usar o jogo a seu favor. “Tem sido comum a procura dele como ferramenta para análise de perfil de funcionários”, diz Abraham.
Propostas criativas, entretanto, também são questionadas. Para Marcus Rizzo, da consultoria Rizzo Franchise, é essencial testar o conceito e aprimorar o formato operacional, antes de se arriscar em uma franquia. “O caráter inusitado do negócio chama atenção pela novidade. Mas o franchising é baseado na transferência do conhecimento do franqueador. E o que um franqueado busca é justamente a confiança nessa experiência”.
Isto É Dinheiro
Mentira descarada desse sr. Tom Ricetti, ele sabe que a primeira padaria Drive Thru do Brasil e Segunda do mundo foi a Padaria Ponto do Pão em Lauro de Freitas – BA em 2009, inclusive com marca registrada no INPI. Apenas COPIOU A IDEIA e se auto intitula o “visionário” http://perfecta.itwfeg.com.br/blog/padaria-com-drive-thru/p/