Crétido fácil começa a ser cobrado
Um dia a casa cai. Ou como os economistas preferem dizer: a bolha estoura. Depois de anos sucessivos de aumento na oferta de crédito para as pessoas físicas, o preço começa a ser cobrado.
O nível de endividamento das famílias que ganham até dez salários mínimos, as que mais foram beneficiadas pelo crescimento no crédito, deu um salto. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), 67,2% das famílas nesta faixa de renda se consideraram endividadas em fevereiro. No mesmo mês de 2010, eram 63,9%.
Mais da metade dessas pessoas se considera que está mais ou menos endividada. São 37,4%, contra 35,6%, em 2010. A situação preocupa. Na média, 30% da renda estão comprometidos por um prazo de seis meses e meio.
O bom sinal é que os consumidores de baixa renda (ganham até R$ 1 mil) estão procurando menos dinheiro junto às instituições financeiras. A queda foi de 8% em janeiro, comparativamente ao mesmo mês de 2010, de acordo com a empresa de análise de crédito Serasa Experian.
O ruim é que boa parte da queda pode ser atribuída às medidas adotadas pelo BC, em dezembro, que causaram forte aperto no volume de dinheiro disponível para empréstimos.
A leitura que se faz é de que a maioria das pessoas não se preocupa e não tem a mínima ideia do que pode fazer para sair dos buracos do cartão de crédito ou do cheque especial. As restrições do Banco Central acabaram evitando que muita gente se endividasse mais.
* da coluna E eu com isso? Vandré Kramer, do jornal A Notícia