Coronavírus em SC: empresas da região Norte demitiram 73 mil e perderam R$ 1,7 bilhão em receita
O Sebrae de Santa Catarina divulgou nesta segunda-feira (20) a segunda edição da pesquisa que apresenta o impacto da pandemia do coronavírus na economia do Estado. Na região Norte, que inclui Joinville, Jaraguá do Sul, São Francisco do Sul e São Bento do Sul, mais de um terço dos empresários entrevistados (34,9%) demitiram ao menos dois funcionários no último mês. Na pesquisa anterior eram 17,92%.
Ao todo, 73.684 pessoas perderam o emprego na região nos últimos trinta dias. Em todo o Estado, MEIs, micro e pequenas empresas e médias e grandes empresas desligaram 406 mil trabalhadores nos últimos 15 dias. Como já havia 200 mil demissões confirmadas na primeira quinzena de crise, o total já soma 606 mil desempregados.
Na região Norte – não há dados específicos sobre cidades – a queda no faturamento foi apontada por 90,9% dos entrevistados, resultando em perdas de faturamento no total de R$ 1,7 bilhão.
Entrevista: “O governo não percebeu ainda a gravidade da crise”, diz economista do Dieese-SC
Dois terços das empresas ouvidas nas cidades do Norte do Estado perderam faturamento, sendo que indústria e comércio registraram índices superiores a 90%. O que está claro é que segmentos de beleza, turismo e moda serão os mais afetados pela situação.
O Sebrae ouviu 4.348 empresários, de todas as regiões de Santa Catarina, nos dias 13 e 14 de abril. A margem de erro é de 1.5 ponto percentual para mais ou para menos.
No âmbito estadual, 34,45% dos empresários afirmaram terem feito em média duas demissões desde o dia 18 de março, quando passou a valer o primeiro decreto de isolamento social publicado pelo governo do Estado.
Levantamento feito pelo Sebrae no início de abril,mostrava que um quinto dos entrevistados – 19,48% – já haviam demitido. Em relação ao faturamento, 91% dos entrevistados apontaram uma redução média de 64,63%. O valor total de perda no universo dos micro e pequenos negócios é de cerca de R$9,4 bilhões.
Associações empresariais de SC querem adiamento das eleições municipais
O setor do agronegócio foi o menos impactado, com 69,3% dos entrevistados alegando queda média de 42% no faturamento. No setor de serviços, a queda média de 62% foi registrada por 89% dos entrevistados, na indústria a média foi de 60%, apontada por 93% dos entrevistados. Por fim o comércio, setor mais impactado, teve queda média de 68%, apontada por 94% dos empresários.
Pouco mais de um terços das micro e pequenas empresas catarinenses estão trabalhando, porém com redução de produção. E mais de um quarto (23%) seguem fechadas aguardando liberação para funcionarem, 15,1% não tiveram mudanças na operação desde o início da crise, e 1,22% fecharam as portas e não voltam mais a funcionar.
O diretor técnico do Sebrae SC, Luc Pinheiro, explica que isso significa 10 mil empresas que fecharam as portas em um mês, no Estado.
– É significativo se pensarmos que tantos empresários não tiveram outra alternativa e precisaram encerrar suas atividades em um único mês.
O diretor do Sebrae reforça ainda a importância dos parceiros em todo o Estado para a viabilização da pesquisa.
– Muitas entidades entenderam a importância dessa medição e nos ajudaram a divulgar a pesquisa.
Fonte: NSC Total