Confiança de serviços cai, após quatro altas seguidas
Após quatro meses em alta, o Índice de Confiança de Serviços (ICS), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 1,7 ponto em fevereiro, para 96,5 pontos. Foi a mais intensa queda desde junho de 2018 (-1,9 ponto) informou Rodolpho Tobler, economista da FGV. Já o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) do setor de Serviços recuou 0,6 ponto percentual, para 81,5%.
Apesar das quedas, o especialista minimizou os resultados, afirmando que o desempenho negativo foi causado por “calibragem” nas expectativas, que subiram muito em janeiro deste ano. Além disso, em médias móveis trimestrais, o ICS subiu 0,9 ponto e manteve-se em alta pelo sétimo mês consecutivo. Para o técnico, o empresariado do setor mantém tendência de otimismo no médio e longo prazos, e o indicador deve voltar ao terreno positivo no próximo mês.
Tobler detalhou que, de outubro do ano passado a janeiro deste ano, o Índice de Expectativas (IE), um dos dois sub-indicadores do ICS, subiu 15,8 pontos. Somente em janeiro o IE subiu 6,2 pontos, comentou ele. Em fevereiro, o indicador de expectativas caiu 4,5 pontos para 102,6 pontos. “Mesmo em queda, o IE continuou acima de 100 pontos [limite favorável]”, comentou. “O que tivemos em fevereiro é um sinal de calibragem, ajustando o excesso de otimismo no começo do ano”, disse, ressaltando que a queda do IE acabou por influenciar para baixo o resultado total do ICS.
Por outro lado, o Índice de Situação Atual (ISA), outro sub-indicador componente do ICS, subiu 1,3 ponto de janeiro a fevereiro, para 90,6 pontos. Foi a quarta elevação consecutiva do ISA, notou o economista, o que demonstra que o empresariado do setor tem notado melhora na demanda atual.
Além disso, ele citou como exemplo outro tópico, o de emprego previsto, que faz parte da Sondagem de Serviços – o ICS é indicador-síntese da sondagem. Tobler comentou que, entre janeiro e fevereiro, o indicador de emprego previsto caiu 0,8 ponto. Mas, mesmo com recuo, o índice se posiciona em 109,4 pontos, ou seja, 9,4 pontos acima do limite favorável. Para o especialista, os empresários do setor – o mais intensivo em emprego na economia -, não estariam mais otimistas em contratações futuras se não enxergassem melhora dos negócios, em momento presente; com confiança em atividade mais aquecida no futuro.
Para Tobler, há condições de o ICS continuar a subir, impulsionado por reaquecimento gradual da demanda. ” [A avaliação de ] situação atual tem avançado, o que atesta melhora gradual. A não ser que ocorram turbulências, teremos continuidade nesse ambiente de melhora moderada [no ICS]”, afirmou.
Fonte: Valor Econômico