29/04/2009
Compare as corretoras antes de investir
Há dezenas de empresas autorizadas a intermediar negócios com ações na bolsa. Pesquise preços, serviços e atendimento.
Resolver investir no mercado de renda variável não é uma tarefa fácil – principalmente em tempos de sobe-e-desce das bolsas de valores em todo o mundo. Mas, uma vez decidido por esse tipo de aplicação, o investidor se vê diante de uma dúvida: como escolher a corretora de ações? A decisão é importante, por ser essa a empresa intermediadora e consultora das compras e vendas dos papéis no mercado.
Atualmente, 74 corretoras estão autorizadas a operar no mercado acionário da BM&FBovespa e cada uma delas oferece ferramentas, preços, promoções, inovações e formas de atendimento diferentes. Comparar todos os serviços pode ser trabalhoso, mas é necessário.
Com calma
Antes de mais nada, é preciso ter em mente que a corretora de valores será a empresa que irá intermediar suas ordens de compra e venda para a BM&FBovespa. Portanto, é bom escolher com calma. Selecione entre cinco e dez empresas para pesquisar melhor, em mais detalhes – avaliar todas provavelmente não será possível. O critério de escolha pode ser o noticiário e a recomendação de amigos. Inclua na lista seu banco, que deve também ter uma corretora (nesse caso, a vantagem inicial é não ter que enviar dados e preencher cadastro para operar).
O sistema mais usado por pessoas físicas é o home broker (pouco menos de 20% das transações), que é mais barato e cômodo. Entre no site de cada corretora, veja se é possível fazer um teste-drive e procure na internet informações para saber se o sistema é amigável.
Mas não é porque você vai usar a internet para fazer as transações que pode dispensar um suporte personalizado. Ao contrário: em um momento de apuros, quando estiver mais nervoso, você vai querer falar com um consultor. Então, faça um teste. Ligue para as corretoras e verifique quanto tempo vai levar para ser atendido, faça perguntas. Importante: faça esse tipo de teste em horários e dias diferentes.
Conheça seu perfil
Antes de começar a pensar no preço dos serviços, estabeleça seu perfil. A escolha da corretora dependerá de quanto se pretende aplicar e com que frequência. Há empresas que cobram um valor fixo pela corretagem (execução de ordem) e outras um percentual sobre cada operação. Supondo uma transação de R$ 1 mil, por exemplo, a cobrança fixa de R$ 20 adotada por algumas corretoras, como Ágora e Souza Barros, representaria 2% da transação. Já para aquelas que utilizam o percentual pela tabela da BM&FBovespa, a operação sairia por R$ 17,49 – custo menor, portanto. Mas imaginando que a transação fosse de R$ 10 mil, o percentual da tabela da BM&FBovespa saltaria para R$ 75,21, enquanto nas corretoras por cobrança fixa continuaria em R$ 20.
“É preciso conhecer o próprio comportamento antes de fazer a opção”, diz o administrador de investimentos Fábio Colombo. Alguns
exemplos de corretoras de valores que cobram pela tabela BM&FBovespa são Fator e Intra.
O barato sai caro
Outro cálculo simples: se você investiu R$ 300 e ganhou 2% com a valorização das ações, terá R$ 306. Mas se a corretora com que trabalha cobrar 2% pela transação, ao vender você pagará R$ 6,12 para a intermediadora (2% do total) – mais que seu lucro.
O jornalista e criador do blog Iniciante na Bolsa, Alessandro Martins, lembra que “algumas corretoras abrem mão da porcentagem e mantêm um valor fixo muito baixo, que pode parecer vantajoso em um primeiro momento, mas cobram uma taxa mensal fixa, uma taxa de custódia das ações ou uma taxa de conta inativa – encargos que, para quem pretende investir a longo prazo, são pouco vantajosos. O barato pode sair caro”, observa Martins.
Tanto as corretoras que cobram preço fixo (algumas abaixo de R$ 20), quanto as que trabalham com percentual costumam ter políticas de desconto para clientes que tenham movimentação elevada. Algumas não cobram a taxa de custódia, por exemplo.
Mas, antes de sair pesquisando preço e escolhendo por esse critério, é importante saber que os serviços extras das corretoras, como análise técnica, gráficos e carteiras sugeridas serão extremamente importantes para a decisão de compra ou venda uma ação. Não os menospreze.
Fonte: Diário do Comércio
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