CNI diz que economia poderá crescer 2,1% em 2023
O desempenho do agronegócio fez a CNI (Confederação Nacional da Indústria) elevar a projeção de crescimento da economia em 2023. Segundo o Informe Conjuntural do 2º Trimestre, divulgado pela instituição, a estimativa passou de 1,2% em abril para 2,1% em julho.
A confederação, no entanto, diz que a melhoria se deve ao agronegócio, com os demais setores da economia encolhendo ou desacelerando. Afirma ser necessário reformar o sistema tributário e reduzir os juros para destravar a economia brasileira.
Pelas estimativas da CNI, enquanto o agronegócio deverá crescer 13,8% em 2023 –impulsionado pela produção recorde de alimentos– a indústria deverá se expandir 0,6%.
O desempenho do setor industrial também tem desigualdades. A indústria da construção crescerá 1,5%, mas a indústria da transformação –afetada pelos juros altos– deverá encolher 0,9% em 2023.
FALTA DE COMPETITIVIDADE
Em nota, a CNI destaca que a indústria nacional sofre com a falta de competitividade provocada pela complexidade do sistema tributário e pela escassez de crédito provocada pelos juros altos.
Apesar disso, a entidade considera que o avanço da reforma tributária no Congresso Nacional e a queda da inflação, com a provável redução da Taxa Selic (juros básicos da economia) neste semestre, melhoram as perspectivas para a economia brasileira.
Além da aprovação da reforma tributária e da queda dos juros, a CNI pede que o governo acelere a criação de uma política industrial que permita o país se inserir nas cadeias globais de produção “de forma inovadora e sustentável”.
INFLAÇÃO E CONSUMO
Em relação à inflação, a CNI projeta que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) –usado como indicador oficial pelo governo– encerrará 2023 em 4,9%, contra estimativa anterior de 6%.
Segundo a confederação, a desaceleração ajuda a recompor o rendimento médio real das famílias e a recuperar o poder de compra e o consumo.
Para a CNI, a recuperação do mercado de trabalho continua, com a expectativa da taxa média de desemprego para 2023 caindo de 9% para 8,3%.
A previsão de crescimento da massa de rendimento real (acima da inflação) subiu levemente, de 6,7% para 6,8% neste ano.
A estimativa de consumo das famílias subirá 1,8% em 2023, contra previsão anterior de 1,2%.
A CNI atribui o aumento à recuperação parcial do crédito a partir de março e ao aumento do valor do Bolsa Família, que estimula compras em mercados e farmácias.
JUROS E DÓLAR
Em relação aos juros, a confederação estima que a Selic encerrará 2023 em 11,75% ao ano, devendo cair dois pontos percentuais em relação aos 13,75% atuais.
Em relação ao câmbio, a entidade prevê que o dólar comercial chegará ao fim do ano em R$ 4,90, contra previsão anterior de R$ 5,35.
A previsão de superávit da balança comercial (exportações menos importações) para este ano saltou de US$ 55,7 bilhões para US$ 62,4 bilhões.
Para as contas públicas, a entidade manteve a projeção de déficit primário (resultado negativo sem os juros da dívida pública) de 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto).
Fonte: Poder360