Cartões: Comércio espera que taxas caiam
A partir de hoje, lojistas poderão passar várias bandeiras em um único terminal de pagamento
A loja de confecções femininas gerenciada por Adriana Macagnan abrirá mão de uma das duas maquininhas (terminais de pagamento) que aluga.
Isso não significa que os clientes terão menos opções na hora de pagar a conta. A loja será beneficiada pelo fim da exclusividade entre bandeiras de cartões e credenciadoras, que passa a vigorar hoje em todo o país.
Em outras palavras, Adriana poderá usará uma única maquininha para passar os cartões de todas as bandeiras de que for credenciada.
A concorrência no setor deve gerar uma economia mensal de R$ 4 milhões para os comerciantes catarinenses, estima a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL-SC).
– O cartão de crédito é a forma de pagamento mais cara para o lojista. As taxas cobradas pelas administradoras variam de 3% a 8%, sem contar o aluguel das máquinas, hoje na média dos R$ 100. Com a unificação, será apenas uma máquina para todos os cartões – ressalta Sergio Medeiros, presidente da entidade.
Além das taxas elevadas em relação a outros países, no Brasil o lojista leva até um mês para receber o dinheiro das vendas feitas no cartão. Esta situação não deve mudar tão cedo, afirma a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Créditos e Serviços (Abecs).
– A demora acontece porque o consumidor, aqui, tem até 40 dias sem juros para pagar a fatura. Nos EUA, os juros são cobrados dois dias depois da compra – diz Paulo Caffarelli, presidente da Abecs.
Com 97% do total das transações em cartão feitas no país, Cielo e Redecard, juntas, fecharam 2009 com lucro líquido de R$ 2,9 bilhões.
– É um duopólio. E dificilmente duas empresas já estabelecidas vão gerar uma concorrência que promova a redução de tarifas – diz Luiz Gustavo Medina, da M2 Investimentos.
A consultoria AT Kearney aposta que o aumento do número de companhias no mercado derrube as taxas administrativas em até 30% nos próximos cinco anos.
– Mas, de que forma essa redução seria repassada ao consumidor final, é preciso acompanhar para ver – observa o diretor Ilnort Saldívar.
* publicado no Diário Catarinense