Carga tributária para cidadão pode cair até 20% com reforma, diz Mabel
SÃO PAULO – O relator da proposta da reforma tributária na Câmara dos Deputados, Sandro Mabel (PR-GO), afirmou que a carga tributária de quem ganha até cinco salários mínimos pode ser reduzida em até 20% nos próximos quatro a seis anos, caso haja alargamento da base de impostos, promovido pela reforma tributária, aliado ao crescimento econômico.
“Isso quer dizer que um aposentado que ganha um salário mínimo vai ter mais R$ 100 no bolso. Um trabalhador que ganha R$ 1 mil vai levar mais R$ 200 para a casa”, disse Mabel à Agência Brasil. De acordo com ele, quem ganha até cinco salários mínimos, que tem uma carga tributária de 48%, não deveria pagar imposto nenhum, apenas “consumir”.
O deputado participou de reunião na Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) na segunda-feira (22).
Consumo
A poupança gerada com a redução da carga tributária, de acordo com Mabel, seria destinada ao consumo, a exemplo do que ocorreu em países como Austrália, Índia e Chile, o que incentivaria as vendas, contratações e maior arrecadação.
“O mundo já demonstrou que só se abaixa a carga tributária crescendo. O governo tem a arrecadação de que precisa para fazer as obras, para manter a máquina, mas vai cortando a carga tributária para todo mundo”.
Ao defender a reforma tributária, Mabel ressaltou que a parcela mais pobre da população é que paga mais impostos no País. Ele lembrou que a tributação está relacionada ao consumo e que, sem a reforma, “daqui a pouco, o País não terá mais mecanismos de crescimento”.
Votação
Na ocasião, Mabel ainda defendeu “pressão externa” para aprovação da reforma tributária na Câmara. “Hoje, vota se tiver pressão externa. Se depender só dos que falam mal, dos que não têm interesse na aprovação dessa reforma, das pessoas que têm outros interesses, ela não passa não”.
Mabel disse que as entidades representativas da indústria, do comércio, dos transportes e de outros segmentos econômicos organizados, além dos sindicatos, precisam se mobilizar e “apertarem” os líderes para votar a reforma.
Acordo fechado com o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), e os líderes dos partidos políticos prevê que a Proposta de Emenda à Constituição da Reforma Tributária (PEC 31/2007) seja votada, em primeiro turno, a partir do próximo dia 30 de junho.
Fonte: InfoMoney