‘BRF buscará novo presidente no mercado’, diz Abilio
O novo presidente-executivo (ceo) da BRF será escolhido fora da companhia, afirmou ontem, 31, o presidente do conselho da empresa (chairman) de alimentos, Abilio Diniz, afastando a possibilidade da multinacional brasileira escolher alguém de seus quadros para guiá-la após a saída de Pedro Faria da presidência no final deste ano.
“Eu preciso de gestor, técnicos essa companhia já tem e são fantásticos…Eu preciso de um gestor de gente”, disse Diniz em teleconferência com jornalistas para anunciar a saída de Faria do comando da BRF no final deste ano.
Faria, executivo oriundo da empresa de investimentos Tarpon, assumiu a presidência da BRF em 2015. O executivo, que tem 42 anos e afirmou durante a teleconferência com Diniz que recebeu convite para retornar à Tarpon, ajudará no processo de transição da gestão até o final deste ano.
Questionado se a BRF já tem uma assessoria de recursos humanos contratada para ajudá-la na escolha do novo presidente ou se a empresa já tem algum nome em mente para o posto, Diniz afirmou que “não temos nenhum nome”.
Apesar disso, Diniz repetiu que trata-se de um “processo organizado” e que a saída de Faria ocorre em um momento adequado em que a companhia “apresenta números muito mais favoráveis que ano passado”. O empresário também negou que o anúncio de troca de presidente tenha ocorrido por pressão de acionistas após a BRF ter passado por episódios que incluíram a operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal no início do ano.
Na gestão de Faria, a BRF passou por um acelerado processo de internacionalização, com abertura de frentes de negócios no Oriente Médio e Ásia e preparação para uma oferta pública inicial de ações das operações de alimentos para o público muçulmano.
Porém, na gestão de Faria a empresa enfrentou também no ano passado dificuldades geradas por aumento acentuado no preço dos grãos e investidores como o fundo soberano de Cingapura (GIC) vinham se mostrando insatisfeitos com os resultados da BRF sob o comando de Faria.
No segundo trimestre, a BRF teve prejuízo líquido de R$ 167 milhões, revertendo resultado positivo de R$ 31 milhões obtido no mesmo período do ano passado, em meio aos impactos da operação Carne Fraca.