28/08/2009
Brasileiros com maior renda pagam 30% menos tributos
Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (27) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revelou que a parcela com maior renda da população tem um esforço tributário 30% inferior à parcela com menor renda.
De acordo com os dados, que constam no estudo “Política Fiscal e Justiça Social no Brasil: O caso do IPTU”, no Brasil, a carga dos tributos diretos (renda e patrimônio) incide progressivamente, sendo maior para aqueles com maior renda, enquanto a carga dos tributos indiretos (consumo) incide regressivamente, sendo maior para aqueles com menor renda.
No caso da tributação direta, o ônus suportado por quem tem mais renda é quatro vezes maior do que o suportado por quem tem menos renda. No caso dos tributos indiretos, por sua vez, aqueles que ganham menos pagam três vezes mais do que os com rendimento maior.
Porém, o estudo mostra que, como o volume de recursos mobilizado pelos tributos indiretos é bem maior, a tributação geral no Brasil acaba sendo regressiva, pesando mais sobre quem tem menor renda.
O caso do IPTU
O estudo revela que, em meio à discussão, não pode-se deixar de lado o IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), que deveria incidir sobre o patrimônio e, portanto, ser maior nas classes mais abastadas, mas que não cumpre com esse papel.
O estudo revela que, em meio à discussão, não pode-se deixar de lado o IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), que deveria incidir sobre o patrimônio e, portanto, ser maior nas classes mais abastadas, mas que não cumpre com esse papel.
A tabela abaixo mede a incidência do imposto em cada décimo de renda da população: dos 10% mais pobres (1º décimo) aos 10% mais ricos (10º décimo), segundo o índice de Gini.
Décimo de renda Incidência IPTU
1º 1,8
2º 0,6
3º 1,1
4º 1,0
5º 1,1
6º 1,4
7º 1,4
8º 1,8
9º 1,5
10º 1,4
1º 1,8
2º 0,6
3º 1,1
4º 1,0
5º 1,1
6º 1,4
7º 1,4
8º 1,8
9º 1,5
10º 1,4
Fonte: Ipea
“Em suma, o IPTU, no Brasil, além de representar uma presença modesta em relação à tributação e à renda, não consegue exercer a sua função primária, sendo um imposto sobre o patrimônio – ou seja, promover a distribuição de renda. Isso sem falar na sua importância para democratizar a propriedade, preservar o espaço urbano e evitar a especulação imobiliária”, descreve o estudo.
Fonte:ABRAPI
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