15/06/2009
Brasil vai defender a renda, em Genebra
Essa é uma das propostas que o presidente Lula vai defender na cúpula do trabalho.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou ontem (14) em Genebra, na Suíça, para participar da 92ª Conferência Internacional do Trabalho. Ele terá ainda um encontro com o presidente da França, Nicolas Sarkosy, e discursará no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Lula desembarcou acompanhado de alguns ministros e do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, mas não fez declarações à imprensa. De acordo com o Itamaraty, no seu discurso na ONU, o presidente vai pedir que o órgão se firme como uma instância “universal, objetiva e cooperativa”.
Em seguida, Lula se encontra com sindicalistas estrangeiros e participa da Conferência Internacional do Trabalho, que tem como tema central a crise mundial do emprego. O presidente brasileiro deverá defender a adoção de medidas para a geração e a distribuição de renda e para frear os efeitos da crise econômica.
Logo após a cúpula, ele almoça com Sarkozy. Será o primeiro encontro dos dois líderes depois do acidente com o voo 447 da Air France. A reunião bilateral, segundo a assessoria do Planalto, deverá abordar temas como o Ano da França no Brasil e a visita do presidente francês ao País prevista para setembro.
Em Genebra, Lula vai receber, na sede da União Internacional de Telecomunicações, o prêmio World Telecommunications and Information Society Award, que faz menção às medidas adotadas pelo governo brasileiro no combate à pedofilia na internet.
Da Suíça, o presidente segue para a cidade de Ecaterimburgo, na Rússia, onde participa de reunião reservada do Bric – grupo de países em desenvolvimento formado por Brasil, Rússia, Índia e China.
Crise
A 98ª Conferência Internacional do Trabalho começou no dia 3 e prossegue até sexta-feira, dia 19. O objetivo é discutir os meios para proteger trabalhadores, famílias e empresas afetadas pela crise global. Seus representantes buscam, também, respostas para o impacto sobre a empregabilidade. A própria Organização Internacional do Trabalho (OIT) aumentou as projeções sobre o desemprego para este ano. A estimativa é que até 239 milhões de pessoas estejam sem trabalho em todo o mundo, o equivalente a taxas de desemprego que podem chegar a 7,4%. Já as projeções mais atualizadas sobre pobreza global, de acordo com a OIT, apontam que 200 milhões de trabalhadores podem passar a fazer parte do grupo que vive com menos de US$ 2 por dia.
Pacto
Na abertura do encontro, o diretor-geral da OIT, Juan Somavia, avaliou que a crise do emprego e da proteção social provocada pela queda na atividade econômica poderá durar entre seis e oito anos e cobrou dos delegados um pacto mundial para o emprego.
Ele lembrou que a economia mundial deveria gerar 300 milhões de postos de trabalho até 2015, mas que o planeta avança na direção contrária, com estimativas de que o desemprego continuará aumentando até o final de 2010 ou até 2011.
A embaixadora Maria Nazareth Farani Azevedo, delegada permanente do Brasil em Genebra, afirmou que o País tem boas histórias a serem compartilhadas durante a conferência. Ela disse que uma das áreas de destaque do Brasil, no âmbito da crise do emprego, é a criação de uma agenda do trabalho decente na América Latina e no Caribe. Em muitas áreas, disse, as políticas públicas já estão em desenvolvimento, caso do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), exemplificou. Se cada trabalhador tiver emprego, o consumo está garantido e a indústria é alimentada pelo consumo, argumentou.
Fonte: Diário do Comércio
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