Bovespa fecha em queda em dia de balanços de empresas e após corte da Selic
O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, abriu o dia com ganhos, mas acabou encerrando em queda nesta quinta-feira (7), repercutindo uma série de balanços corporativos e a decisão do Banco Central de promover um corte mais intenso que o esperado na taxa básica de juros, reduzindo a Selic de 3,75% para 3%.
Ruídos políticos e receio com os impactos da pandemia do coronavírus sobre a economia brasileira também minaram a influência positiva vinda do cenário externo.
O Ibovespa teve queda de 1,20%, a 78.118 pontos. Veja mais cotações. Na mínima do dia, chegou a 78.061 pontos. Na máxima, foi a 80.061 pontos.
Já o dólar superou pela primeira vez o patamar de R$ 5,80 nesta quinta.
A temporada de balanços do primeiro trimestre de 2020 seguiu com importantes números, com a divulgação dos resultados do Banco do Brasil (BB) e Ambev. Nesta quinta, após o fechamento, saem ainda os balanços da B2W, Lojas Americanas, Yduqs, Natura e Qualicorp.
Na véspera, a Bolsa fechou em queda de 0,51%, a 79.063 pontos.
Cenário local
O Copom não apenas cortou a Selic em 0,75 ponto percentual – mais do que a redução de 0,50 ponto esperado pela maioria do mercado – como indicou possibilidade de outra flexibilização monetária nessa magnitude na próxima reunião do colegiado, nos dias 16 e 17 de junho. O juro básico caiu para 3,00%, nova mínima histórica.
Juros ainda mais baixos reduzem o diferencial de taxas entre o Brasil e o mundo, o que prejudica a competitividade do país em termos de atração de capital ávido por retornos, num momento em que mercados emergentes de forma geral sofrem fortes saídas de recursos por causa da crise do Covid-19.
“Dentro do mercado de investimentos, cada vez mais nesse momento, enxergamos que, do ponto de vista do custo de oportunidade, é muito mais interessante vislumbrar retornos mais altos indo para o mercado de ações ou para a economia real”, afirmou Roberto Indech, estrategista-chefe da Clear Corretora.
A influência positiva vinda do cenário externo esbarrou em preocupações sobre o tamanho do estrago nas empresas brasileiras, em razão das medidas de confinamento, bem como nas contas do país por causa das ajudas governamentais. Tudo isso tendo de pano de fundo uma cena política mais tensa.
Roberto Setubal, copresidente do conselho de administração do Itaú Unibanco estimou nesta quintaque pode levar dois anos para que a economia tenha recuperação completa da crise do coronavírus.
Cena externa
No exterior, investidores repercutiram números sobre o comércio exterior chinês, bem como a alta dos preços do petróleo, que se sobressaíam a mais dados mostrando que 33 milhões milhões de americanos buscaram auxílio-desemprego em 7 semanas.
As bolsas da Europa fecharam em alta nesta quinta, apesar de dados econômico negativos do bloco.
Os embarques chineses para o exterior subiram 3,5% em abril, ante o ano anterior, registrando o primeiro dado positivo desde dezembro do ano passado. Já as importações, entretanto, tombaram 14,2%, sinalizando mais problema à frente.
Fonte: G1