BC reduz projeção de crescimento do PIB em 2013 para 2,7%
O Banco Central (BC) reduziu sua projeção para o crescimento da economia brasileira em 2013, após promover dois aumentos na taxa básica de juros, em abril e maio, e sinalizar novas elevações da Selic ainda este ano para combater a inflação. Com o aperto na política monetária, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deverá registrar aumento real de apenas 2,7%, e não mais de 3,1%, informa a instituição no Relatório de Inflação do segundo trimestre deste ano, divulgado nesta quinta-feira.
Com a revisão, a autoridade monetária fica menos distante das expectativas de mercado, que já vinham se deteriorando. A mediana das previsões colhidas pelo BC na pesquisa Focus de 28 de março, dia em que foi divulgada a projeção oficial anterior de PIB, mostrou que naquele momento o mercado esperava crescimento de 3,01%. No último boletim Focus semanal disponível, divulgado na segunda-feira 24 de junho, com base em informações do dia 21, a mesma mediana já indicava expectativa de aumento de 2,46% apenas.
Nos primeiros três meses de 2013, o PIB brasileiro cresceu somente 1,9% na comparação com igual período de 2012, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao quarto trimestre de 2012, o IBGE detectou avanço de 0,6% no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma taxa anualizada de 2,42%.
A nova projeção do BC para o acumulado de 2013, embora menor que a anterior, ainda significa aceleração em relação ao ritmo registrado em 2012, quando o PIB do Brasil cresceu somente 0,9% em relação ao ano anterior.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ainda espera que a expansão da economia em 2013 seja em torno de 3%. Essa foi a previsão feita por ele ontem ao participar de audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
O BC acredita que a economia brasileira começará 2014 crescendo num ritmo mais forte que o esperado para 2013. A expectativa é que o PIB medido em 12 meses feche março do ano que vem com expansão real de 3% sobre os 12 meses imediatamente anteriores.
Valor Econômico