17/08/2009
Barreiras deram US$ 1 bi à Argentina
O Brasil perdeu 45% do total, ou US$ 440 milhões, com as medidas protecionistas, segundo confederação empresarial.
As medidas protecionistas aplicadas pelo governo da presidente Cristina Kirchner desde o segundo semestre do ano passado “salvaram” US$ 988 milhões de produção “made in” Argentina, segundo indicou um relatório da Confederação Argentina da Média Empresa (Came).
Desse total, 45% correspondem a produtos produzidos no Brasil, principal fornecedor do mercado argentino.
A organização empresarial também sustentou que as medidas impediram a “destruição” de 560 mil postos de trabalho em 17 províncias argentinas, relativos a 18 setores “sensíveis”.
O governo Cristina Kirchner, que define as medidas protecionistas como “administração de comércio exterior”, aplicou uma ampla variedade de ações contra a entrada de produtos importados nos últimos meses. No segundo semestre de 2008, criou o Ministério da Produção e colocou em seu comando a economista Débora Giorgi, famosa por suas posições duras com o Brasil.
As medidas adotadas por Giorgi afetaram principalmente o Brasil, parceiro estratégico da Argentina no Mercosul. Segundo a consultoria Abeceb, ao redor de 14% das vendas brasileiras para o mercado argentino foram atingidas pelas medidas.
Osvaldo Cornide, presidente da Came, sustentou que “as medidas impediram a invasão do mercado nacional por produtos estrangeiros”.
O amplo leque de medidas protecionistas, que incluem licenças não automáticas, medidas antidumping e valores de referência, evitaram, segundo a Came, “o deslocamento de nossos mercados de produtos representativos de 28% da produção nacional”.
A Came também retruca as críticas à demora da alfândega para a liberação da entrada de produtos importados. Embora as licenças não automáticas prevejam um prazo máximo de demora de 60 dias, foram denunciados – principalmente por exportadores brasileiros – atrasos de até 180 dias. No entanto, segundo a Came, os atrasos não passam de “erros isolados”.
PLANO SOCIAL
A presidente Cristina Kirchner anunciou ontem um plano social que pretende criar 100 mil postos de trabalho. Segundo a presidente, o governo destinará, de forma urgente, US$ 390 milhões para a criação de cooperativas de 50 a 70 trabalhadores cada uma.
Essas cooperativas realizarão “trabalhos comunitários” em conjunto com os municípios da Província de Buenos Aires, que concentra 40% da população argentina e é responsável por um terço do PIB do país.
Fonte: Diário do Comércio
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