Atividade empreendedora engrena retração no Brasil
O setor empresarial do Brasil decolou na última década, segundo pesquisa da multinacional de inteligência de dados TransUnion. Baseado no total de Cadastros Nacionais de Pessoa Jurídica (CNPJs) no país, o estudo mostra que, de 2004 a 2014, o total de novas empresas abertas por ano no Brasil quase quadruplicou: saltou 293%, de 503.396 para 1.979.257.
O movimento foi liderado pelo setor de serviços, que cresceu 355%, de 204.236 novas empresas em 2004 para 928.533 em 2014. Na indústria, o número de novas empresas aumentou em 340%, de 41.627 para 183.175. O comércio avançou 237%, de 257.533 para 867.549 empresas abertas. Companhias de todos os portes entram na conta da pesquisa, que obteve informações históricas compostas em sua base de dados, enriquecida pela solução de gestão de risco Crivo.
A partir de 2010, especialmente, a expansão empresarial geral disparou, com a abertura adicional de 692.257 empresas naquele ano. Foi um crescimento de 85% sobre o ano anterior, de 814.364 para 1.506.621 novos CNPJs. Embora em intensidades distintas, a tendência foi vista em todos os Estados e nos três segmentos da economia.
O avanço continuou em 2011 e atingiu o pico em 2012, quando o número de novos CNPJs no Brasil chegou a 2.302.954.
“Embora não meça o desempenho financeiro das empresas, a pesquisa traz uma revelação importante ao apontar o fôlego do empreendedorismo brasileiro nos últimos 10 anos, além de maior formalização na economia”, disse Juarez Zortea, presidente da TransUnion no Brasil. “Porém, a tendência que vemos desde 2012 é de queda na atividade geral, com perspectiva de piora mais acentuada daqui para frente”, analisou.
Mesmo sem anular a expansão da última década, o número de novos CNPJs caiu consideravelmente entre 2012 e 2014. Em 2013, foram abertos 1.952.937 CNPJs, uma redução de 15,20% na comparação anual. Houve ligeiro aumento em 2014, de 1,34%, para 1.979.257 novas empresas. Contudo, números preliminares de 2015 já indicam um aprofundamento da tendência de queda na geração de novos CNPJs.
O relatório completo do terceiro trimestre de 2015 será divulgado em novembro.
Destaques regionais
São Paulo mantém total de novos CNPJs muito acima dos outros Estados, fechando o ano passado com 559.536 novas empresas. Minas Gerais foi outro destaque da pesquisa, mostrando criação de 211.125 CNPJs em 2014. Rio de Janeiro vem logo atrás, com mais de 196.245 novas empresas.
Goiás foi o Estado do centro-oeste com o maior número de novos CNPJs em 2014 (75.301); no nordeste, foi a Bahia (103.594); no norte, Pará (45.043); no sudeste, São Paulo (559.536); e no sul, o Paraná (124.468).
No fim do ano passado, os cinco Estados com maior número de novos CNPJs eram todos das regiões sul e sudeste, respectivamente: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul (este, com 122.154 CNPJs ativos). Juntos, esses Estados representam 1.213.528 novos CNPJs, ou seja, 61,31% do total de 2014.
Enquanto isso, os cinco Estados com menor quantidade de novos CNPJs foram Rondônia (13.085), Sergipe (12.518), Acre (4.958), Amapá (4.289) e Roraima (3.631).
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