ACIB manifesta-se contrária à criação de fundo partidário pelo Congresso Nacional
A Associação Empresarial de Blumenau (ACIB) enviou ofício aos 16 deputados federais e três senadores de Santa Catarina na sexta-feira, dia 18, manifestando-se contrária à criação do Fundo Especial de Financiamento da Democracia, com valor de R$ 3,6 bilhões advindo diretamente do orçamento da União.
O ofício lembra que o país atravessa uma grave crise econômica, política e social, com mais de 14 milhões de desempregados, PIB de crescimento baixíssimo, astronômico rombo nas contas públicas e total descrença na classe política. “Destinar essa montanha de dinheiro para campanha política é um acinte, um deboche, um tapa na cara da população, que pouco recebe em retribuição à elevada carga tributária que suporta. A classe política, com raras exceções, está completamente em dissintonia da realidade brasileira”, aponta o documento assinado pelo presidente da ACIB, Avelino Lombardi.
“Veja o caso da duplicação da BR-470 (aqui no Vale do Itajaí, para citar apenas um exemplo). A obra, se é que se pode chamar assim, evolui a passos lentíssimos, sequer iniciada em alguns trechos, e as desapropriações acham-se completamente paralisadas. E a justificativa sempre é a mesma: falta de dinheiro. Ora, se falta dinheiro para uma obra tão vital (e assim deve ocorrer em inúmeras outras Brasil afora), por que destinar R$ 3,6 bilhões, de dinheiro proveniente dos tributos que o povo paga, para custear campanha política? Não faz sentido algum isso”, acrescenta.
A solução, de acordo com a opinião da entidade, seria que o Congresso Nacional iniciasse um debate sério e consistente para tirar o Brasil da crise. “Colocando na pauta e na ordem do dia reformas estruturantes e duradouras, como são imprescindíveis a da previdência, a tributária, a do pacto federativo e uma verdadeira reforma política”, afirma Lombardi no documento.