A expectativa dos empresários do Norte
Como as lideranças avaliam o anúncio dos três primeiros ministros de Dilma.
Os três primeiros ministros, cujas indicações foram oficializadas ontem pela presidente eleita Dilma Rousseff, defenderam a redução de gastos e reafirmaram a manutenção das metas de inflação. As indicações e os primeiros pronunciamentos despertaram opiniões variadas de empresários da região Norte de Santa Catarina.
O sentimento vai desde preocupações do presidente da Associação Empresarial de São Bento do Sul (Acisbs), Adelino Denke, às boas expectativas do empresário joinvilense Udo Döhler.
Guido Mantega vai continuar à frente da Fazenda; Miriam Belchior vai assumir o Planejamento, Orçamento e Gestão, no lugar de Paulo Bernardo; e Alexandre Tombini será o presidente do Banco Central, cujo cargo tem status de ministro, na vaga que será deixada por Henrique Meirelles.
Denke, da Acisbs, encara as mudanças como uma possibilidade de perda da autonomia do Banco Central. De acordo com ele, as maiores preocupações são com relação à volta da cobrança da CPMF e de mais aumentos na carga tributária. “Ainda não sabemos como o novo governo vai se posicionar.”
Para Döhler, a manutenção de Mantega e a indicação de Miriam foram adequadas. Mas ele recebeu a notícia da mudança no BC com cautela. “Não se sabe por que aconteceu a mudança e isso gera uma certa expectativa.”
Na avaliação do presidente da Associação de Joinville e Região da Pequena, Micro e Média Empresa (Ajorpeme), Gilberto Boettcher, é muito cedo para fazer uma análise profunda dos novos nomes. “Acredito que é necessária uma readequação na política cambial e isto deve estar preocupando o governo.”
Para o presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (Acijs), Durval Marcatto, é difícil dizer se as trocas são boas ou ruins. “Percebe-se um perfil de renovação alinhado com o perfil da presidente eleita, mas procuram a continuidade do presidente Lula.”
O 1º vice-presidente da Federação da Indústria do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Glauco Côrte, lembra que já se tem um referencial do trabalho de Guido Mantega e Miriam Belchior. “Mantega não foi eficiente na redução das despesas públicas e o PAC, coordenado por Miriam, está muito lento”, diz.
Com relação a Alexandre Tombini, Côrte avalia que ele tem dois desafios. “Tombini vai precisar conter a pressão política e conseguir se impor no cenário internacional, como fazia Meirelles.”
* A Notícia