80% dos bancários de SC devem aderir à greve nacional a partir desta terça-feira
Segundo o sindicato da categoria, 10 mil funcionários pretendem parar as atividades.
Bancários de todo o país, de bancos públicos e privados, decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira. Em Santa Catarina, cerca de 80% dos funcionários, o que corresponde a 10 mil funcionários, aderiram à paralisação, segundo o sindicato da categoria. Em Joinville e região, a decisão é trabalhar normalmente e monitorar a adesão nacional ao longo do dia.
De acordo com Cássio Ricardo Marques, secretário geral da Federação dos Trabalhadores em empresas de crédito de Santa Catarina (Fetec/SC), a pauta de reinvindicações dos funcionários foi enviada há dois meses para a Federação Nacional dos Bancários (Fenaban), com pedidos de reajuste salarial de 12,8%, melhorias nas condições de trabalho, plano de carreira, maior participação nos Lucros e Resultados (PLR) e valorização do piso. A contraproposta da Fenaban contempla apenas reajuste salarial de 8% a partir de 1º de setembro.
Segundo o secretário geral da Fetec, a principal reinvindicação dos bancários entra na pauta de saúde. Os funcionários alegam trabalhar pressionados pelas metas consideradas inatingíveis de vendas de produtos dos bancos, como títulos de capital, seguros e cartões de crédito.
— São produtos que os clientes nem precisam, e os bancários se veem obrigados a empurrar — afirma Marques. O secretário diz que o segundo pedido mais urgente é a contratação de novos funcionários. Segundo ele, nenhuma destas reclamações foram negociadas pela Fenaban.
Nesta segunda-feira, 10 assembleias regionais do Estado organizaram a paralisação, que já havia sido decidida na quinta-feira, dia 22. Na assembleia do Sindicato dos Bancários de Joinville e Região, à noite, ficou decidido que os bancários irão trabalhar normalmente.
A baixa participação — compareceram 186 profissionais dos 2,4 mil cadastrados — fez o presidente José Ilton Belli convocar nova assembleia para o fim da tarde de hoje e definir se haverá adesão à greve nacional.
— O número foi pequeno e acreditamos que, para tomar uma decisão importante como essa, precisamos de mais vozes. Vamos ver como fica a situação nacional e do Estado ao longo do dia — disse Belli.
Na greve do ano passado, com duração de 14 dias, a paralisação teve maior adesão dos funcionários da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e do Banrisul. Neste ano, é esperada forte adesão de bancos públicos e privados, com cerca de 70% dos funcionários parados, em todo o Brasil.
Por meio de nota oficial, a Fenaban considerou a greve “fora de propósito” e avaliou que o calendário de negociações pelo reajuste estava sendo cumprido. No texto, a entidade também afirma que atitudes que dificultem “o atendimento aos usuários é condenável, principalmente quando a negociação pode continuar e evitar qualquer paralisação”.
* Diário Catarinense