Somos o resultado de nossas escolhas
por: Sergio Roberto Cochela
Sim, nós somos o resultado de nossas escolhas. E por quê? Porque nós como nação estamos fazendo as escolhas erradas, escolhas essas que se não forem revistas, colocarão em risco futuro e presente, se continuarmos nesse caminho, a conta não fechará e só teremos duas alternativas: aumentar impostos ou a moratória.
Mas que escolhas são essas? Elas dizem respeito ao tamanho do Estado e ao desperdício do dinheiro público, que no caso é nosso.
O Estado não consegue fazer tudo e se envolver em tudo, mas continuamos achando que sim, mantendo estatais com discurso de soberania nacional, isso é o que os políticos vendem. Sabemos que é conversa fiada, o que eles querem com as estatais é usá-las como fonte de arrecadação para os partidos via corrupção e como cabide de emprego para os “companheiros”.
O objetivo da Petrobrás é fornecer combustível cada vez mais barato para que o custo Brasil reduza, não é sustentar políticos e partidos. Se a Petrobrás é estatal ou é privada não faz a menor diferença (é uma empresa de capital misto).
Hoje todas as empresas do setor elétrico estão com o pires na mão. Por quê? Pela intervenção estatal, elas foram usadas para reduzir a inflação de forma irresponsável, agora a conta veio.
O Correios é outro caso surreal, um caso a ser estudado, conseguiram transformar um monopólio em empresa deficitária e com um serviço horrível. Existe prova maior de incompetência e descaso?
Ao ter empresas estatais o governo nos obriga a ser sócio dessas companhias, até porque o dinheiro é nosso. Temos que inverter isso. Gostaria de definir as empresas que quero ser sócio. Essa decisão não deveria ser do governo. O poder (de escolha e ação) deveria estar no cidadão.
Agora, imaginem se privatizássemos ou fechássemos as mais de 150 empresas que o governo tem? Quanto dinheiro não seria gerado para o cofre público, a ser aplicado em educação, saúde e segurança. Essas sim seriam verdadeiras ações do poder público.
Outra escolha errada é manter os privilégios. Quando falamos em reforma da previdência, a maioria é contra. Mas é contra o que? Não posso acreditar que sejamos contra a idade mínima e contra o fim dos privilégios dos funcionários públicos e políticos, porque eles são diferentes dos funcionários da iniciativa privada. Ao ser contra a reforma da previdência estamos escolhendo manter um pequeno grupo de pessoas ganhando absurdamente mais que a maioria. Isso não é justo. E se democracia é a escolha da maioria, estamos escolhendo manter isso, o que caracteriza uma decisão incoerente.
Esses são apenas dois exemplos de escolhas erradas. Ou fazemos algo, ou vamos aguardar o próximo aumento de impostos. Só para lembrar, o governo está aumentando imposto para conseguir fechar o ano com um rombo de R$ 139 bilhões. Como escrevi acima, a conta não fecha.
Nas próximas eleições devemos escolher governantes e legisladores que estejam comprometidos com as reformas, a primeira pergunta que devemos fazer aos candidatos é: Que reforma o Sr(a). irá defender e lutar se eleito for?
Se somos o resultado de nossas escolhas, estamos condenados a ser uma nação pobre, com uma minoria privilegiada e um governo sugando tudo o que pode do povo para bancar uma máquina gigantesca.
- O autor é empresário
Muito feliz o comentário. Talvez uma das maiores discriminações que existe na atualidade são as diferenças de benefícios, salários, etc., entre o trabalhador da iniciativa privada com o trabalhador do setor público. E se fala tanto em discriminação, de raça, de religião e outras, e nada se comenta sobre esta terrível peso às contas dos governos, em todas as esferas. É certamente a hora de gritar, vamos às reformas, igualando tudo.