Reforma tributária
O Brasil tem se mantido em crescimento contínuo e ascendente desde o início desta década. Tal fato, aliado à conquista da solidez institucional em vários campos, tem proporcionado ao país um lugar de destaque na agenda internacional de investimentos e oportunidades. Não obstante essas constatações positivas, existem, ainda, pendências muito sérias a resolver no campo da competitividade global do país. Dentre estas, merece atenção especial a questão tributária.
Por conta do nosso “custo tributário”, nossas vendas internas e externas sofrem severas distorções. Basta atentar para os balanços contábeis para perceber que alguma coisa está fora dos trilhos. A conta é simples: basta subtrair do faturamento total da empresa o montante gasto com impostos e contribuições. O resultado é frustrante! A aritmética não mente. Para que o Brasil continue a crescer com consistência e solidez, urge realizar uma reforma tributária focada em desoneração. Essa providência seria benéfica tanto para as atividades de exportação quanto para a cadeia de vendas domésticas como um todo.
É evidente que a reforma no sistema tributário brasileiro teria forte efeito sobre a nossa competitividade. O complexo intricamento de normas, envolvendo taxas estaduais, federais e municipais, desmotiva o investidor estrangeiro e apavora o empreendedor local. Uma eventual desoneração fiscal impactaria as vendas internas e externas e teria efeitos sobre os resultados dos segmentos agropecuárias e agroindustriais.
Deve-se salientar, porém, que, se tal reforma puder nos trazer impactos negativos, é melhor que tudo fique como está! A reforma tributária só será bem-vinda se, por meio dela, a fúria arrecadatória ceder lugar a uma visão progressista, focada em estímulo e crescimento.
* José Osvaldo Bozzo, especializado em auditorias / artigo publicado no Diário Catarinense