Números
Tudo na vida é baseado em números. O grande momento que vive o Brasil hoje é em função de números. Vários números afetam esse crescimento, mas há uma série de números vindos de uma mesma base de dados que é a pedra angular dessa matriz de crescimento.
Voltando alguns anos na história, lembro da Copa de 1970, exatos 40 anos atrás, quando o hino da Copa era: “Noventa milhões em ação, pra frente Brasil, salve a Seleção…”. Pois se à época o censo populacional não era tão preciso, agora, temos com base científica projeções de população até 2050, com detalhes por idade, sexo, faixas etárias específicas (visitem e naveguem (IBGE) nos gráficos e tabelas. É fantástico!).
Voltando à Copa de 1970, e já que este ano também é ano de Copa, vamos brincar com os números: Em 1970, éramos 90 milhões (os famosos noventa milhões em ação!). Em 2010, somos 193.252.604, logo, 103.252.604 pessoas a mais. Em apenas 40 anos!
Isso significa que, se traçarmos uma razão linear, por dia vimos nossa população aumentar em 7.072 pessoas; 49.404 por semana; 212.162 por mês; 2.545.954 por ano.
Isso significa criar uma cidade como Antonio Carlos, Itá ou Treze Tílias somada a Santiago do Sul por dia. Ou criar uma cidade como Rio Negrinho mais Rio do Oeste, ou uma Navegantes ou uma Mafra por semana. Ainda daria uma cidade como Lages mais Laguna somadas, ou Itajaí mais Itapema, ou ainda uma São José mais uma Urubici por mês.
E a cada dois anos, uma Santa Catarina. Isso durante 40 anos. Qual o reflexo disso em nosso mercado hoje? Temos uma imensa massa de consumo ativa: dos 193.252.604 que somos hoje, segundo o IBGE, temos 94.067.678 pessoas entre 15 e 44 anos. Gente comprando a primeira casa, o primeiro carro, casando, comprando geladeira, fogão, enfim. Acima dos 60 anos, temos 19.282.049 pessoas.
Mas isso está mudando radicalmente. Quem serão nossos clientes de agora em diante? Vejamos a projeção do IBGE para as próximas quatro décadas:
Um breve olhar nessa tabela (ao lado) indica:
A redução brusca do crescimento populacional, inclusive com redução em números absolutos entre 2040 e 2050.
Duas décadas ainda com grande massa de consumo entre 15 e 44 anos.
Um aumento excepcional da “melhor idade”, mais que triplicando em número comparando-se 2010 com 2050.
As conclusões parecem óbvias: teremos escassez de mão de obra para serviços menos qualificados; teremos uma demanda concentrada na faixa etária mais elevada, e essa redução forte no crescimento populacional absoluto nos trará uma nova realidade quanto ao mercado habitacional, que, pelas tabelas apresentadas, resistirá com todo esse viço somente mais duas décadas.
Novamente convido-os a visitarem o site do IBGE e, provavelmente correr para refazer seu planejamento estratégico para os próximos anos.
* Artigo de Antônio Carlos Dias de Oliveira, diretor administrativo-comercial da Marcegaglia – publicado no A Notícia, www.an.com.br