Gestão de riscos
Quem está no mercado escuta o termo gestão de risco como sendo uma ação ou área de governança praticada em grandes empresas. Isso cria um distanciamento desse instrumento das médias e pequenas corporações. Muitas delas podem até possuir uma gestão de riscos, mas não a percebem no dia a dia. Riscos internos e externos que dificultam o planejamento estratégico e ameaçam resultados devem sempre ser acompanhados, independentemente do tamanho da empresa.
Não existe modelo pronto, mas há procedimentos praticados por grandes e médias empresas que podem ser adaptados às pequenas. Riscos externos ligados à reputação, tecnologia, regulação e internos ligados às pessoas e à gestão do negócio devem ser semestralmente avaliados. Nas grandes empresas, o gerenciamento de risco é trabalhado por equipes multidisciplinares e ao próprio conselho de administração.
As pequenas empresas têm um modelo de gestão mais simples, mas não menos sujeito a riscos. As ferramentas de análise podem ser feitas em conjunto pelo dono e funcionários. O empresário deve ter disciplina para cumprir o cronograma definido. Premiações e bônus atrelados a outros fatores, que não só as vendas, podem engajar a maioria dos funcionários nos controles e mudanças necessárias.
Adaptar-se é fundamental quando surgem riscos. Uma greve no porto que retém matéria-prima, falta de luz com queima de equipamentos, obras viárias na frente do estabelecimento, são questões rotineiras que podem levar um pequeno negócio à quebra em poucos dias. É difícil criarmos uma política de contingências para momentos extraordinários, pois muitas empresas de pequeno e médio porte confundem os pilares gestão, patrimônio e família. Se com recursos já é custoso superar adversidades no meio empresarial, imagina com a falta deles.
Fabricio NedelScalzilli – Sócio da Scalzilli.fmv Advogados & Associados