Empreender é ter visão madura do mundo
A palavra empreendedorismo vem ganhando força a cada dia. Esse fato é consequência de avanços sociais, políticos e econômicos que tem levado o Brasil a abandonar as ideias perturbadas do passado, responsáveis pelo ambiente inóspito à livre iniciativa, aos desbravadores de oportunidades e aos vocacionados à liderança.
No entanto, mesmo em um horizonte renovado, que abre o país ao mundo, é preciso precaução e torna-se necessário que a sociedade aja com rapidez para superar defasagens conceituais e de sentimento que ainda insistem em refrear os avanços. A postura individual não pode ser mais de vítima do sistema e sim, de co-atores de um enredo complexo, que exige competências para se desenvolver na diversidade.
A mudança de panorama no Brasil é resultado de um processo de ajustes que se iniciou com a Nova República e se acentuou com o Plano Real. Com o respeito dos governos que se seguiram – nos últimos 20 anos – aos parâmetros econômicos e constitucionais, o país se sintonizou à economia globalizada. Os ajustes na estratégia de ação de todos nós passam, agora, pela melhora da autoestima, pela educação eficiente, pelo aprimoramento técnico dos jovens e adultos, pela noção de grandeza da nação, pela coragem de agir com firmeza e vontade de vencer.
A sociedade, no plano emocional e intelectual, precisa se alinhar às mudanças que emplacaram nos países ricos, saindo do comodismo. Só assim conseguirá sobreviver neste ambiente cheio de oportunidades e, ao mesmo tempo, tão perigoso, onde as palavras competição e posição no mercado são lugar-comum e devem ser entendidas em suas reais dimensões. Nesse contexto, o conceito de empreendedorismo não pode ser visto apenas pela ótica dos negócios. E a palavra negócio não pode ser lida apenas pela ótica do econômico. O econômico, por sua vez, não deve sofrer com arranhões das ideias vencidas, que só faziam sentido em um passado que parecia imutável.
Em síntese, as palavras precisam perder o ranço, pois todo empreendedor deve buscar a eficácia em um ambiente de economia. O bom negócio é quando ele (empreendedor) alcança seu objetivo, respeitando a ética e os princípios democráticos, e vê resultados que seus sentidos mensuram como favoráveis. Por sua vez, a sociedade aprova sua conduta, com respeito e admiração.
O empreendedor não é apenas aquele que foi bem sucedido em seu negocio e ganhou muito dinheiro. São também os pais quando educam seus filhos com espírito de grandeza, são os professores que conseguem passar seus conhecimentos aos alunos, são os alunos que se dedicam para se superar e aprender cada vez mais, vislumbrando o futuro. São, inclusive, os empresários, que vão selecionar esses jovens para que ingressem ao mercado de trabalho.
A empresa, por excelência, deve ser um espaço de empreendedores. Desde aquele que executa o serviço básico até o da alta gerência devem estar unidos em uma missão, que é dar o melhor atendimento possível aos seus clientes, seja oferecendo produtos de qualidade como serviços eficientes. Por isso, a empresa não pode ser isolada da sociedade onde ela está inserida. Clientes, somos todos nós. Esse ciclo precisa ser melhor entendido para evitar simplificações grosseiras e desconexões obtusas que só ajudam a arrastar a sociedade de volta ao atraso.
No mundo dos negócios
Foi na Inglaterra, no período pós Margareth Thatcher que a visão de empreendedorismo se difundiu. No Brasil, o empreendedorismo começou a ganhar força na década de 1990, durante a abertura da economia. A entrada de produtos importados e a globalização fizeram as empresas brasileiras, de todos os portes e setores, se ajustarem ao ambiente externo.
No plano empresarial, para ser um bom empreendedor é fundamental saber planejar, traçar estratégias e ter controles eficientes para acompanhar e desenvolver o negócio, além de conhecer os resultados da empresa. É importante que o empreendedor seja capaz de perceber e aproveitar as oportunidades, criando soluções que gerem resultados favoráveis.
A força que empurra o empresário para o sucesso é a vontade de enfrentar desafios e ter o próprio negócio. Mas deve haver também disposição para adquirir novos conhecimentos e desenvolver comportamentos adequados a empreendedores, ter tolerância ao risco, visão de futuro, sonho, criatividade, liderança, inteligência emocional, aspiração por dinheiro, poder de implementação, decisão e capacidade para construir bons relacionamentos.
A burocracia no Brasil é muito grande, o empreendedor brasileiro perde muito tempo com impostos e burocracia e precisa ter uma boa assessoria tributária. A Lei Geral das Micro e Pequenas e Empresas (Simples Nacional) tem trazido a simplificação de muitos procedimentos de abertura, manutenção e encerramento de empresas.
Características que o empreendedor deve ter:
Criatividade – capacidade de agir quando tem um problema qualquer.
Paixão– acredita em si mesmo, oferecendo-se para realização de tarefas desafiadoras.
Aceitação do risco – ainda que seja cauteloso e precavido, aceita riscos.
Destemido – não é atormentado pelo medo paralisante do fracasso, ele acredita.
Decisão e responsabilidade – toma decisões e aceita as responsabilidades implícitas.
Automotivação – tem grande entusiasmo por suas ideias e projetos.
Controle – é capaz de controlar a si mesmo e de influenciar o meio para atingir seus objetivos.
Espírito de equipe – cria equipe, delega e obtém resultados por meio de outros.
Otimismo – acredita na possibilidade de propor soluções aos problemas.
Persistência – é capaz de persistir até que o negócio comece a funcionar adequadamente.
Inovação – é estar atento às vantagens das novas tecnologias na produção e ao meio ambiente.
* Luiz Antônio Balaminut, Contador/Advogado. Acesse www.balaminut.com.br | www.webleis.com.br