A vez e a hora da mulher competente
A dinâmica social e política de um mundo globalizado vem demonstrando fatos ilustrativos quanto ao lugar e a vez das mulheres na ocupação de cargos de liderança.
Ressalvados os casos de Indira Ghandi, na Índia, Margareth Tacher, na Inglaterra e Golda Meyer em Israel – situações que se podem enquadrar num passando mais distante – nos últimos anos podemos citar os casos de Ângela Merkel, que se tornou a primeira mulher a governar a Alemanha; Michelle Bachelet, eleita a primeira Presidente do Chile; Cristina Kirchner, Presidente da Argentina; na Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, primeira presidente de um país na África; ainda em 2004, Luísa Diogo torna-se Primeira-Ministra de Moçambique; Megawati Sukarnoputri foi nomeada Presidente da Indonésia em 2001; Glória Arroyo, em 2000, foi nomeada chefe do Estado nas Filipinas; Chandikra Kumaratunga elegeu-se Presidente do Sri Lanka em 1994 e foi reeleita em 1999; Tarja Halonen foi eleita em 2000 a primeira Presidente da Finlândia; Mary Mcaleese foi eleita em 1997 para Presidente da Irlanda; na Letônia, em 1990, Vaira Vike-Freiberga foi eleita a primeira mulher chefe de um Estado no Leste Europeu; Mireya Moscoso, em 1999, foi eleita Presidente do Panamá; Hasina Wajed é chefe do governo em Blangadesh, desde 1996; Helen Clark foi eleita Primeira-Ministra da Nova Zelândia em 1999, sucedendo Jenny Shipley, a primeira mulher a ocupar o cargo.
Nos Estados Unidos não se pode deixar de mencionar a pessoa da Senadora Hillary Clinton, ex-Primeira Dama e atual Secretária de Estado daquele país, bem como sua antecessora Condeleezza Rice, responsáveis pela política externa da maior potência econômica e militar do planeta.
No Brasil, mui recentemente, pode-se citar o fato da Ministra Ellen Gracie, ter assumido a presidência da mais alta corte de justiça deste país, o Supremo Tribunal Federal, bem com Dilma Roussef, à frente da Casa Civil, além das pessoas da contadora alagoana Maria Clara Cavalcante Bugarim, eleita a primeira mulher a ser Presidente do Conselho Federal de Contabilidade e mesmo da figura carismática da Senadora Heloísa Helena, candidata à Presidência da República que obteve destaque no cenário político nacional.
Do quadro apresentado, é importante delinear que a grande maioria daquelas que assumiram cargos de liderança o foram não pela empunhadura de bandeiras feministas panfletárias, nem fizeram campanha embasadas em sua condição de mulher. Foram escolhidas pela extrema competência administrativa ou capacidade de agregação política. Em síntese: o fato de serem mulheres importou muito pouco; o que realmente importou foi a constatação de que eram pessoas que atendiam às necessidades políticas do momento em que seus países viviam.
Num mundo globalizado, aonde se prima pela necessidade de rápidas tomadas de posição, a exigência principal centra-se na competência e estabilidade, qualidades estas inerentes aos serem humanos, independente de sexo, cor ou religião; a aposição de diferenciações estatuídas evidencia colores de segregação, patrocinados pelas próprias minorias que, na tentativa de se reservar um pedaço do processo decisório, centram-se menos na sua evidente competência que na sua condição de mulher.
A História, como disciplina que coloca os olhos do ser humano atual sobre as obras do passado com reflexo no presente e futuro, vem demonstrando, por seus exemplos vivos e atuais, que está chegando a hora e a vez das mulheres, escolhidas não por seu sexo, mas por sua competência e capacidade de articulação.
Autora: CARLA ASSENHEIMER CARDOSO – Contadora e Advogada