Nº de microempresas fechadas cresce 44% em SC no 1º semestre
O número de microempresas que fecharam as portas no estado aumentou 44% no primeiro semestre de 2015, segundo a Junta Comercial de Santa Catarina, em relação ao mesmo período do ano passado. Para driblar a crise, pequenas empresas catarinenses têm adotado preços menores e promoções para sobreviver, como mostrou a primeira reportagem de uma série especial da RBS TV.
A recessão, o dólar alto, a previsão de déficit no orçamento, além do desemprego, têm mudado a rotina dos catarinenses e faz microempresários adotarem estratégias de marketing.
Um exemplo é o de Ernani da Silva Filho, dono de um salão de beleza, em Florianópolis. A clientela não estava mais comparecendo com tanta frequência. “Quem vinha toda a semana diminuiu, vem de 15 em 15 dias; quem vinha de 15 em 15 passou a vir uma vez por mês”, conta o proprietário.
Ele passou a dar desconto de 10% para qualquer serviço. Segundo ele, a estratégia deu resultados positivos: o salão fica cheio não só às terças e quartas, mas também em outros dias da semana.
Riscos do desconto
No comércio, as ofertas e descontos são o que mais se vê nas vitrines. Os abatimentos variam de 20% a 70%. Segundo a coordenadora regional do Sebrae em Santa Catarina, Soraya Tonelli, baixar muito o preço do produto sem um conhecimento muito claro de sua estrutura de custos pode trazer problemas para o negócio.
Um dos riscos é o de baixar demais e não dar conta de pagar os tributos. “Baixar o preço interfere também no ponto de equilíbrio da empresa, ou seja, quantos produtos eu tenho que vender pra cobrir meus gastos fixos”, diz Soraya.
Fidelização e parcelamento
Outras opções pra fisgar o consumidor são campanhas de fidelização ou o parcelamento. “Muitas vezes a decisão de uma compra não está no preço, mas está na forma de pagamento. Então, se é mais facilitado, se cabe melhor no fluxo de caixa do consumidor, eu também tenho um diferencial como empresa”, afirma Soraya.
Expectativa
Para a economista Luisa Loss, a situação atual é bem complicada. “O que a gente acredita é que a economia brasileira vai continuar se deteriorando nesse ano, ou seja, vai continuar difícil conseguir emprego novo, o dólar vai continuar ficando mais caro durante todo esse ano e no ano que vem também.”
Ela diz que vai demorar para a economia se normalizar. “Em 2017 a situação começa a melhorar um pouco, mas retomada mesmo da atividade, só em 2019”, alerta.
G1-SC