Empreendedorismo do futuro: sinais no presente podem indicar qual caminho seguir para ter um negócio de sucesso
Sustentabilidade, uso da tecnologia e inovação têm que andar juntos para um futuro promissor.
Há dois anos, nós, pessoas comuns, não imaginávamos que o mundo enfrentaria uma pandemia. Porém, cientistas, que estudam o assunto, já alertavam para essa possibilidade e da necessidade do planeta se preparar para uma emergência sanitária. A preparação poderia ter evitado a crise que vivemos hoje. Da mesma forma, quando empreendedores se preparam para o futuro, as chances de sucesso são muito maiores. De acordo com especialistas, o que vai definir se sua empresa triunfará nos próximos anos é olhar para o presente e se planejar.
Porém, apesar de todo estudo, é preciso lembrar que tudo pode mudar de uma hora para outra. Então é preciso sempre se adaptar. “Falar de futuro é um exercício de aposta. Este mundo tem estado tão maluco que a gente não consegue ter tanta clareza, mas alguns elementos do presente apontam para o futuro”, explica a professora Luciana Guilherme, uma das coordenadoras do Núcleo de Empreendedorismo da ESPM Rio.
Por isso, é importante antes de sequer iniciar a empreender fazer uma boa pesquisa de mercado e estudar sobre a empreitada que pretende enfrentar. De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mais de 70% das empresas brasileiras fecham as portas com menos de 10 anos de atividade. Segundo Luciana, muitas empresas quebram porque os empreendedores por trás do negócio não procuram estudar e se aprimorar.
“Muitos apostam em ideias que não foram testadas. Tem muito achismo. Eu tenho que fazer o mínimo de teste”, diz. “É preciso ampliar os conhecimentos. Estar sempre estudando, se qualificando e buscar instituições que possam ser fontes de fomento. É um processo contínuo. A base de tudo para sermos bem sucedidos é o conhecimento. Se eu não tiver, eu vou dando os passos aos poucos”, completa.
O grande problema com isso, é que muitas vezes o empreendedor oferece uma solução para um problema que não existe. “A maior parte das empresas quebra porque não tem mercado”, afirma Marcelo Nakagawa, professor de Inovação e Empreendedorismo do Insper. Nesse contexto, o empreendedorismo aparece como um grande solucionador de problemas. Por isso, o empreendedor precisa sempre olhar para soluções que ele pode oferecer para questões reais.
“As necessidades, os problemas que a sociedade enfrenta, que pauta os caminhos e possíveis soluções que serão oferecidas” (Luciana Guilherme)
“As pessoas precisam testar. Não é só ter uma grande ideia, é concretiza-la”, completa. Alex Ferraresi, coordenador da pós-graduação em Gestão de Cooperativas da PUC-RS, destaca que essas qualificações são um caminho para que o empreendedor possa se desenvolver.
“Ninguém vai ensinar ninguém a empreender, mas eu acredito que você pode dar condições para ele desenvolver o talento” (Alex Ferraresi)
Previsões para o futuro
A pandemia pode ter impulsionado o empreendedorismo, mas a tendência é que as novas relações de trabalho façam com que esse processo continue em alta. “O empreendedorismo de subsistência deve continuar principalmente por conta do aumento da terceirização, trabalho intermitente e uma maior pejotização”, explica Marcelo Nakagawa.
Além disso, Alex explica que muitos desses empreendedores vão acabar voltando para o mercado tradicional, mas muitos outros vão se descobrir no ramo. “Com a economia voltando a trabalhar e a taxa de desemprego diminuindo, a taxa de crescimento de empreendimentos caiu um pouco, mas se manterá constante. Porque tem gente que empreende por necessidade, mas não gosta. Por outro lado, a gente tem uma experimentação e isso pode incentivar aqueles que têm vocação”, explica.
Para saber o que pode ser tendência, Marcelo destaca que é sempre importante romper a bolha e olhar para fora. “Muitas vezes o empreendedor estuda pouco tendências internacionais. Tem várias coisas que estão sendo resolvidas lá fora. A gente precisa ter um empreendedor mais globalizado, estudar o que está sendo pensando em outros países, porque a gente faz muito do mesmo”, ressalta.
Luciana ainda destaca que não adianta fazer algo que a pessoa não se identifique. “É um exercício de dedicação e de leitura de cenário. Essa solução tem a ver com a minha história, com os meus recursos, com a minha habilidade. Essa atividade tem que se relacionar com algo que está alinhado ao seu propósito”, explica. “É preciso ter familiaridade com aquilo que ele pretende trabalhar”, completa Alex Ferraresi.
Fonte: Correio Braziliense