Educação profissional de excelência
- Por: Glaudo José Côrte
O mundo do trabalho do século XXI enseja profundas mudanças no perfil dos seus atores. Cada vez mais as melhores oportunidades demandarão pessoas dinâmicas, com ampla visão sobre o trabalho, com perspectivas diferenciadas e soluções inovadoras para os problemas da produção, que detenham e saibam complementar seu conhecimento técnico, tenham habilidades para o uso de ferramentas e tecnologias avançadas, trabalhem em equipes interdisciplinares, sejam proativas e determinadas. Enfim, pessoas detentoras de um conjunto de competências técnicas e socioemocionais, que são o desejo das empresas e o desafio das instituições de ensino – da educação básica, que fornece os alicerces para uma sólida formação, à educação profissional.
Para o Brasil, as reconhecidas deficiências no ensino fundamental tornam o desafio ainda mais complexo. No entanto, o cenário ganha cores mais vivas quando o País acaba de conquistar a segunda maior pontuação na 45ª WorldSkills Competition, a olimpíada mundial de educação profissional, encerrada há uma semana, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Na disputa, que reuniu 1,2 mil dos mais habilidosos estudantes de educação profissional de 68 países, cada competidor realizou tarefas típicas de sua profissão, sendo avaliado pelo conhecimento, habilidades e atitudes demonstrados. Os cinco representantes do SENAI/SC receberam medalhas: uma de ouro e quatro de excelência (concedidas a quem superasse 700 pontos), classificando-se, todos eles, entre os seis melhores do mundo em suas ocupações.
Esse sucesso, em especial da medalha de ouro, conquistada pelo jovem catarinense Bruno Davila Gruner, merece ser celebrado. O mais relevante, no entanto, é que não se trata de uma conquista isolada, casual, pois, nas seis edições realizadas desde 2005, o Brasil tem permanecido entre os cinco primeiros na classificação geral, tendo sido o primeiro na competição de 2015. O principal significado desse bom desempenho é que as indústrias brasileiras são atendidas, por meio do chamado Sistema Industria, por uma estrutura de educação profissional de excelência, que deve ser mantida e aprimorada.
- O autor é presidente da Fiesc.