Cenário econômico foi tema da abertura da XXIX Contesc
O presidente da Fiesc, Glauco José Corte, e o presidente da Fecomércio, Bruno Breithaupt, ministraram as palestras de abertura da XXIX Contesc na quarta-feira, dia 14/10. Os dois integraram um painel que foi moderado pelo presidente da Fundação Brasileira de Contabilidade, Juarez Domingues Carneiro.
Breithaupt apresentou uma leitura do atual cenário e as perspectivas para o setor terciário. “A crise econômica desacelerou o comércio de bens e serviço, que vem sendo pressionado cada vez mais pela alta carga tributária. Chegamos às taxas de juros mais altas da década e com inflação a 9,5%, o que impacta diretamente no volume de vendas e no fechamento de postos de trabalho. Até as contratações temporárias, que geralmente movimentavam o setor nesta época, terá uma retração de 50%, ou seja, apenas 4 mil novas vagas devem ser abertas em todo o Estado”, afirma Breithaupt.
De acordo com o dirigente, a política de elevação dos juros para combater o processo inflacionário, aliada ao baixo crescimento, provocou um revés na economia. Um das bandeiras da Federação, a reforma tributária é apontada como um dos caminhos para driblar a crise e trazer competividade novamente ao setor. O país está próximo de atingir a marca de 100 impostos. Caso a nova CPMF seja aprovada no Congresso, os brasileiros terão 93 tributos em vigor, entre impostos, taxas e contribuições.
“O controle da inflação só será alcançado através da estabilização do endividamento e não com aumentos nos juros. O governo lança mão de políticas cada vez mais arrecadatórias. Eleva a carga tributária para recompor o déficit. A CPMF pode ter impacto de 1,3 bilhão em SC. A reforma do PIS/COFINS proposta pelo governo também implicará no aumento de mais de 100% na carga tributária do setor dos serviços. O novo Brasil só irá surgir se grandes reformas forem realizadas, entre elas a tributária, para reduzir e simplificar os impostos pagos, e a trabalhista, para equalizar os ganhos salariais com os crescimentos da produtividade”, finaliza.
O presidente da Fiesc também abordou a conjuntura e mostrou números da produção industrial catarinense. Houve uma queda de cerca de 7% de janeiro a julho em relação ao mesmo período do ano passado. Ele apresentou problemas da burocracia e o baixo investimento em infraestrutura. Antes de encerrar ele falou de superação e disse: “Estamos vivendo essa onda de crise, mas não podemos abandonar nossos sonhos e nem os sonhos de nossos filhos e netos. Não vamos deixar a crise nos dominar”, disse ele.