Reservas internacionais do Brasil superam US$ 209 bilhões e batem recorde
As reservas internacionais do Brasil pelo conceito liquidez atingiram na quinta-feira (16) o nível recorde de US$ 209,576 bilhões, mostraram dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira.
O recorde anterior era de 6 de outubro do ano passado, quando as reservas estavam em US$ 209,386 bilhões por esse mesmo conceito.
Com leilões de venda de dólar para o mercado por conta da crise financeira global, o “colchão” brasileiro diminuiu. Desde o início de maio deste ano, no entanto, o BC inverteu sua atuação e passou a comprar dólares no mercado à vista, recompondo as reservas.
Atuação do BC
Outro motivo que ajudou no aumento do montante é a valorização dos ativos que compõem as reservas. Os quase US$ 210 bilhões são investidos em aplicações consideradas de baixíssimo risco, como os títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries) e o ouro.
Em meio à crise, investidores migraram das ações – consideradas arriscadas – para opções mais seguras, como os papéis norte-americanos. Esse movimento elevou a procura pelos títulos, o que aumentou o valor de mercado desses ativos. Como o Brasil os possuía, houve consequente valorização das reservas.
Mas essa entrada de novos dólares nas reservas não lembra em nada o que se via há alguns meses. Logo após o agravamento da crise em setembro do ano passado, o BC passou a usar as reservas para tentar minimizar os efeitos da crise. Foram duas ações para tentar reverter a escassez de dólares no Brasil: venda de dólares no mercado à vista e empréstimo para o financiamento aos exportadores.
Ao todo, o BC repassou US$ 39 bilhões das reservas para o mercado financeiro. Mas com a volta da moeda estrangeira ao País, essas intervenções não são mais realizadas, porque as empresas têm conseguido comprar a moeda no próprio mercado. Diante disso, US$ 20 bilhões já voltaram às reservas.
No auge da crise, o BC repassou US$ 14,5 bilhões aos bancos em leilões simples de venda de dólar. Ao mesmo tempo, empréstimos para exportadores colocaram US$ 24,4 bilhões no mercado. Desses recursos, US$ 15,9 bilhões já foram devolvidos ao BC, porque o prazo do empréstimo terminou.
Fonte: Último Segundo