Corte do IPI ainda não emplacou em Santa Catarina
Vendas tiveram uma discreta alta no Estado, mas devem crescer este mês.
Esperança de retomada da venda de zero quilômetro, o corte do IPI ainda não surtiu efeito no Estado, apontam dados que a Fenabrave-SC, representante das concessionárias, divulga hoje.
Desde que a medida entrou em vigor, dia 21 de maio, até a última quarta-feira, a média diária de negócios subiu só 0,4%.
De janeiro a maio, foram vendidos 71,7 mil carros e comerciais leves no Estado, contra 69,5 mil em 2011. Este crescimento de 3,3% está longe do vigor apresentado pelo setor nos últimos anos, mas pode ser considerado bom em comparação ao resultado nacional (queda de 4,8%).
O efeito IPI deve se consolidar nos números de junho, na avaliação de André Andreazza, diretor-executivo da Fenabrave-SC. Indícios disso já puderam ser vistos na semana entre os dias 28 de maio e 3 de junho.
Na quinta-feira da semana passada, dia 31, os negócios nas revendas catarinenses chegaram ao ápice, com 1.299 veículos. A barreira das mil unidades também foi ultrapassada na véspera do feriado de Corpus Christi.
Mas Andreazza faz uma ressalva: os bons resultados não se devem apenas à diminuição do imposto. Ele explica que, na semana seguinte ao corte do IPI, foram computadas vendas abaixo dos 400 carros por três dias no Estado. Isto ocorreu porque as concessionárias precisaram contatar as fábricas para emitir notas ficais com valores atualizados. Então, os picos de vendas se explicam, em parte, pelos negócios que foram adiados.
Estoques devem se normalizar até agosto
A liberação de crédito é outro fator que afeta o setor, porque 80% dos negócios em SC são financiados. Como os calotes subiram de 2,5% para 6,8%, a aprovação de cadastros caiu significativamente e ajudou a derrubar a venda de carros zero.
A Anfavea, associação nacional das montadoras, também projeta que haverá recuperação do setor automotivo até o final de agosto, quando termina o desconto no IPI. A partir daí, o setor deve conseguir caminhar com as próprias pernas, porque o segundo semestre é historicamente o período com melhor volume de vendas.
As montadoras também trabalham para reduzir os estoques e têm organizado feirões. No setor, ter no pátio o equivalente a até 35 dias de produção é considerado saudável. Hoje, ele é de 43 dias. A previsão é a de que os níveis voltem à normalidade.
* Diário Catarinense