Inflação é bicho-papão no país e ameaça reeleição de Dilma, diz “Economist”
Em artigo publicado nesta quinta-feira (16), a revista britânica “The Economist” chama a inflação de “o bicho-papão do Brasil” e afirma que “o ano não começou bem para Dilma Rousseff.””A inflação é um bicho-papão brasileiro. Os custos econômicos são claros: a alta inflação atinge tanto os pobres, lutando para fazer face às despesas, e as classes médias endividadas quando as taxas de juros sobem. Mas também é uma questão política. A maioria dos adultos lembra a era hiperinflacionária da década de 1990, quando os lojistas ajustavam os preços a cada manhã e novamente no período da tarde.”, afirma a revista.
A alta de preços causada pela inflação pode ainda prejudicar a reeleição da presidente, segundo a publicação.
“Mesma que Dilma continue a ser a favorita na eleição presidencial, o aumento dos preços pode prejudicar as chances do Partido dos Trabalhadores nas eleições parlamentares e estaduais.”, afirma.
A revista destaca que no fim de 2013 o real ficou um terço mais fraco em relação ao dólar do que quando Dilma tomou posse há três anos. Cita ainda que as vendas de carros caíram pela primeira vez em uma década e mais dólares saíram do país do que em 2002, primeiro ano de Lula na presidência.
A inflação de 0,92% em dezembro foi o maior aumento mensal em dez anos, o que empurrou o valor anual de 5,91%, acima das expectativas do mercado. O salto levou o Banco Central a elevar a taxa de juros a 10,5% nesta quarta-feira (15).
Para a revista, a presidente Dilma viria “fazendo o que pode para manter os preços baixos” ao optar em manter o valor dos combustíveis e ao baixar os impostos sobre os alimentos básicos e a conta de luz. Mas, fora tais ajustes, para Tony Volpon, do banco de investimentos Nomura, em entrevista à revista “The Economist”, a inflação teria sido superior a 6,5%.
“Se o governo não permite que as empresas controladas pelo Estado ajustem os seus preços, elas vão à falência. Também não se pode continuar apoiando-as sem causar danos irreparáveis para as já frágeis finanças públicas.”, alerta.
Economia Uol