Graduados ainda respondem por fatia pequena no mercado
O ritmo de contratações de trabalhadores com nível superior em 2013 foi mais intenso do que o avanço das admissões de funcionários menos qualificados. Apesar disso, o contingente de trabalhadores graduados ainda responde por uma fatia pequena, embora abocanhe quase metade dos salários e dos rendimentos, segundo dados do Cadastro Central de Empresas (Cempre) referentes a 2013 e divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em relação a 2012, o pessoal ocupado assalariado nas empresas cresceu 3,6%, mas a taxa foi maior (8,0%) entre os trabalhadores com nível superior. Ainda assim, os 8,861 milhões de ocupados representavam 18,5% do total empregado formalmente, enquanto os funcionários sem nível superior responderam por 81,5% do total.
O Cempre registrou 5,392 milhões de empresas em 2013, 3,8% a mais do que em 2012. Essas firmas ocupam 53,384 milhões de pessoas, sendo 7,142 milhões de sócios e proprietários e 46,243 milhões de empregados.
Segundo o IBGE, a participação dos empregados com curso superior é diretamente relacionada ao nível de qualificação exigido por cada atividade. Por isso, as firmas da administração pública (0,4% do total) e as entidades sem fins lucrativos (9,7%) pagam mais do que as empresas (89,9% do total).
“Nos órgãos da administração pública, com salários mais elevados, há um predomínio de pessoal assalariado com curso superior”, disse Francisco Marta, gerente de análise e disseminação do Cempre do IBGE.
De acordo com Marta, enquanto, na média, apenas 18,5% do total de empregados têm curso superior, nas firmas da administração pública eles representam 42,1%, e, nas entidades sem fins lucrativos, 28,1%.
Já nos empregos gerados nas empresas, prevalecem as vagas de baixa qualificação, sem curso superior. O comércio, cujos trabalhadores em geral têm baixa escolaridade, é o maior empregador do País e respondeu pela maior parte dos postos de trabalho gerados entre 2008 e 2013. Das 9,5 milhões de vagas criadas, cerca de 2,1 milhões vieram da atividade de comércio, o equivalente a aumento de 22,3%. As firmas do comércio têm a maior fatia (40,8%) entre as registradas do Cempre.
Outros avanços significativos no número de pessoas ocupadas entre 2008 e 2013 foram observados nos segmentos de atividades administrativas e serviços complementares (12,5%) e construção (12,0%). As duas também ampliaram suas fatias no total de assalariados no País.
A fatia da indústria de transformação, por outro lado, encolheu no período, de 19,4% para 17,7%, segundo o IBGE. A representatividade da administração pública, defesa e seguridade social também diminuiu, de 18,9% para 16,3%. “Apesar dessa redução, essas duas seções permaneceram como importantes atividades na ocupação do pessoal assalariado em 2013, com a segunda e a terceira colocações, apresentando 8,5 milhões e 7,8 milhões de pessoas assalariadas, respectivamente”, destacou o órgão.
Agência Estado