Santa Catarina se iguala a Rio-Sampa no quesito…violência
por: Osni Alves J
O Estado de Santa Catarina, com seus 295 municípios e quase sete milhões de habitantes, é a única unidade da Federação que não possui metrópole, ou seja, uma cidade com população superior a um milhão de moradores.
Apesar disso, chama a atenção do país o quanto a violência tem crescido por aqui. Tanto é assim que em entrevista à rádio Jovem Pan (nacional), o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, emparelhou Santa Catarina ao Rio e a São Paulo no quesito violência. A fala do político se deu por volta de 8h desta quarta-feira, dia 27.
“Em Santa Catarina, recentemente, 28 bases de polícia foram atacadas pelo crime organizado”, disse ele, cuja linha de pensamento tentava apresentar seu Estado, mais precisamente a capital, como amplamente divulgada pela mídia quando, na verdade, não se trata da região mais violenta do país. Ele citou Santa Catarina cinco ou seis vezes ao longo da entrevista.
Por incrível que pareça, ele não está errado. Santa Catarina não é mais a mesma. A violência é crescente. Reportagem de hoje do principal jornal impresso de Joinville consta que “faltando três meses para o fim do ano, a cidade ultrapassou a marca de cem mortes violentas”. Foram, ao certo, 101 casos.
Pezão tentava transmitir uma cobertura exagerada sobre o assunto em se tratando de Rio, diferentemente de São Paulo onde – segundo ele – os principais jornais não estampam a violência cotidiana na capa, ao contrário do que ocorre no Estado Fluminense. Ele foi contestado pelo apresentador Joseval Peixoto que também é ancora do ‘Jornal do SBT’, onde, afirma noticiar inúmeros casos de violência em terras paulistas que acabam ganhando mídia nacional.
Apesar do objetivo da entrevista e dos rumos que ela tomou, não há como deixar passar o fato de que Santa Catarina agora é rota do crime organizado. Policiais mortos, viaturas e ônibus atacados e população acuada fazem parte da rotina do catarinense. As autoridades locais apontam o baixo contingente policial como fator que gera disparidade no combate à violência.
Presídios administrados por gestores privados e que agora declaram falta de recursos para manutenção das operações também colocam em xeque a segurança pública. O que antes era case de sucesso, as PPPs (parcerias-público-privadas) agora minguam à espera de dinheiro.
Apesar da nova realidade do Estado, o problema não é local, é nacional! Crise política e recessão econômica atrasam o desenvolvimento da nação. Santa Catarina se mantinha incólume até bem pouco tempo por ser um dos poucos Estados – ou talvez o único – considerado austero no quesito fiscal, ou seja, rigoroso no controle dos gastos públicos.
Porém, como na casa de qualquer brasileiro, se faltar dinheiro a situação complica, não é diferente em se tratando de governo e o tripé que baliza qualquer comunidade: saúde, segurança e educação. Se não houver presídio e, consequentemente, ressocialização; se não houver saúde e, consequentemente, médicos e materiais hospitalares; se não houver educação, professores pagos, material escolar e comida nas escolas, o caos será instalado.
Mediante essa conclusão, que não é feita por especialista, estudioso ou afins, é possível passar a bola novamente para Pezão e – ao olhar o Estado do Rio de Janeiro – concluir que esse tripé está, por lá, deficitário, o que resulta no caos social que se tornou a belíssima região fluminense.
A nós, catarinenses, só resta aguardar que nossas autoridades – governador, deputados federais, estaduais, prefeitos e vereadores – não deixem o caos se instalar (ainda mais) por aqui também. Que esse quadro de violência urbana seja revertido. Que professores, policiais e profissionais de saúde sejam valorizados. Que a classe política catarinense governe para o povo.
Caros políticos catarinenses, nunca se esqueçam o que políticos de outros rincões do Brasil já esqueceram: “A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo.” (Abraham Lincoln).
- O autor é jornalista, foi repórter no Rio de Janeiro durante três anos.
“Que a classe política catarinense governe para o povo.” <– Isso é um sonho utópico. Nunca acontecerá. Motivo: 1) não é o povo quem financia as campanhas que elegem o candidato. 2)Cerca de 65% dos impostos arrecadados não voltam para o bem coletivo, antes, se destinam a pagar os juros da dívida externa. 3)Enquanto houver voto universal neste país, teremos sempre políticos medíocres que nada entendem do assunto tipo Romário ; Titirica etc… O voto universal é a brecha que torna possível e justificável a eleição desses pesos mortos ainda que a eleição no Brasil não dependa de votos, pois sabemos (e vc devia saber tbm se não o sabe) que o sistema eletrônico no Brasil finda justamente ao adulteração dos resultados. Enfim… com a justificativa do voto Universal , o resultado se torna justificável… afinal, todos pensam que o povo é que os elegeu.
O que estamos vendo é que as autoridades catarinenses estão dormindo atrás da mesa,
a violência tomando conta e não temos segurança.